Você sabe o que é um palíndromo?

“Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos”, já tentou ler essa frase de trás para frente? Pois, tente. Viu? A frase, ao contrário, é exatamente a mesma. Isso porque “socorram-me…” é um palíndromo.

Palíndromos são palavras, frases ou qualquer seqüência de unidades que pode ser lida tanto da esquerda para direita como da direita para a esquerda. Os sinais ortográficos e os espaços entre as palavras são, geralmente, desconsiderados.

A origem da palavra “palíndromo” é grega. É a junção de duas palavras: palin (“para trás”) e dromos (“corrida, pista”). Ou seja, algo como “correr para trás”.

Alguns escritores gostam de passar o tempo achando e criando novos palíndromos. Rômulo Marinho é um palindromista que traz a sugestão de classificar os palíndromos em três tipos:

Expliciti: carrega uma mensagem inteligível como é o caso do palíndromo citado no início do texto.

Interpretabiles: embora tenham coerência, necessitam de algum esforço do leitor para ser compreendido. Exemplo: “A Rita, sobre o vovô, verbos atira”.

Insensati: não há preocupação com o sentido, preocupa-se apenas em formar-se um palíndromo. Exemplo: “Olé! Maracujá, caju, caramelo”.

Quem escreve em palíndromos incorre naquilo que é chamado de “escrita constrangida” – técnica literária em que é imposta alguma condição ao escritor.

Veja, abaixo, uma lista de palíndromos:

Palavras:

Afã
Ama
Arara
Asa
Ele
Matam
Raiar
Sacas
Sopapos

Frases que não são orações

A caça
A baba
Luz azul
O bobo
O trote torto
Oi rato otário

Orações e frases maiores

Rir, o breve verbo rir
A base do teto desaba (Rômulo Marinho)
A diva ávida, dádiva à vida (Rogério Duarte Filho)
A grama é amarga (Millor Fernandes)
A mala nada na lama (Millor Fernandes)
Ame o poema
Ana me rola, calor emana
Ato idiota
Ódio do doido
O treco certo
O mito é ótimo
Roma é amor
Seco de raiva, coloco no colo caviar e doces (Rômulo Marinho)