Um infarto acontece quando parte do músculo cardíaco deixa de receber oxigênio e o tecido morre. Pode ocorrer numa região minúscula, o que não provoca deficiências funcionais, mas é letal em grande número de casos. E uma emoção forte – um susto, uma notícia inesperada e até aquele gol que dá o título para o seu time – pode provocar um infarto. Mas isto só acontece se houver problemas de saúde. A emoção seria a catalisadora de uma deficiência pré-existente.
Para entender melhor, as emoções são provocadas por um hormônio produzido pelas glândulas adrenais, situadas na parte superior dos rins. Na nossa caminhada evolutiva, na maior parte do tempo foi preciso neutralizar ameaças: predadores, inundações, incêndios. O organismo desenvolveu a adrenalina, que aumenta o ritmo cardíaco e com isso acelera a circulação sanguínea, oxigenando melhor o cérebro, para que ele dê uma resposta imediata à situação de risco: lutar ou fugir.
Por isso, mesmo que estejamos a salvo de qualquer perigo, um estrondo faz o coração bater mais rápido, mesmo que seja apenas o vento batendo uma porta. Ainda precisamos nos proteger de perigos, por isso a adrenalina continua agindo. Mas se uma pessoa tem problemas com vasos entupidos na região do coração (placas de gordura depositam-se lentamente nas paredes de veias e artérias, estreitando-as e dificultando a passagem do sangue), pode haver a obstrução e consequente falta de oxigenação numa área do coração, provocando a necrose do tecido cardíaco.
Vários fatores predisponentes de doenças cardiovasculares não se manifestam por muito tempo. Nervosismo, estresse, fumo, excesso de comida industrializada, sedentarismo, etc., podem levar a um infarto sem aviso prévio. Estudos indicam que estes fatores respondem por 70% dos casos.
Metade das mortes provocadas por infarto ocorrem na primeira hora do ataque cardíaco. Se sentir arritmia, dores no peito, aumento da transpiração, sintomas que podem ser acompanhados de dormência nos braços, procure atendimento médico imediato. Quanto mais rápido receber o socorro, maiores são as chances de sobrevivência e menores as limitações que o infarto vai provocar no dia a dia.
O melhor a fazer é realizar check-ups anuais, para verificar as condições gerais de saúde e, claro, seguir as recomendações médicas, que certamente serão dieta equilibrada, exercícios frequentes, meditação, ioga ou qualquer técnica de relaxamento e parar de fumar. Para quem já sofreu um infarto, o acompanhamento pelo cardiologista deve ser constante, e as emoções fortes, mantidas a distância.