Apesar de muitas controvérsias, especialmente em função de declarações de grupos fundamentalistas cristãos, tratamentos para reversão da homossexualidade não funcionam por uma razão muito simples: ser gay ou lésbica não é uma doença. Em 1993, a OMS (Organização Mundial da Saúde) retirou a homossexualidade do CID (Catálogo Internacional de Doenças).
No Brasil, a Associação Brasileira de Psiquiatria adotou a mesma posição em 1984, seguida, no ano seguinte, pelo Conselho Federal de Psicologia. Desde 1991, a Anistia Internacional considera a discriminação contra os homossexuais como violação aos direitos humanos.
Em outubro de 2012, o governo da Califórnia (EUA), Jerry Brown, proibiu o tratamento da homossexualidade para adolescentes. O governador do Estado afirmou, no Twitter, que tomou a decisão em função do alto número de jovens que sofrem de depressão, principalmente depois de terem sido submetidos à controversa terapia.
Por não conseguir exprimir sua sexualidade de forma sadia, muitos jovens chegaram a cometer suicídio. O tratamento, criado pelo psicólogo Robert Spitzer, rejeitou sua própria tese e retratou-se publicamente com a comunidade gay do país. As críticas, no entanto, continuam. Vários grupos pretendem contestar a nova lei junto à Suprema Corte; as alegações são de que a lei prejudica os direitos dos pais. Além disto, afirmam que políticos estariam assumindo posições que deveriam ser discutidas pela comunidade médica.
Políticas de afirmação da opção sexual e de tolerância com a diversidade têm sido adotadas em todo o mundo, garantindo direitos como união civil, adoção de crianças e previdência social para casais de gays e lésbicas. Por outro lado, são muitos os grupos que defendem o tratamento psicoterápico, químico e até homeopático para combater a homossexualidade.
O Congresso brasileiro tem vários projetos de leis engavetados, principalmente em função de lobbies organizados por igrejas; enquanto isto o STF (Supremo Tribunal Federal) vai garantindo os direitos dos homossexuais. Em alguns países, como Irã e Nigéria, no entanto, a prática homossexual é considerada crime, às vezes punida com a pena de morte.
No Brasil, o ex-pastor batista Sérgio Viula, um dos fundadores do Movimento pela Sexualidade Sadia (MOSES), grupo que se propõe a tratar a homossexualidade, afirmou à imprensa que os tratamentos são falsos e ineficazes, rompeu com o movimento, divorciou-se e declarou sua preferência por homens.
Mesmo assim, o MOSES continua atuante, assim como outras entidades, como Exodus, Grupo de Amigos, Ministério Deus se Importa. Na comunidade científica internacional, é cada vez mais consensual que a homossexualidade e bissexualidade são expressões tão normais quanto a heterossexualidade: o perigo está em obrigar um indivíduo a mudar sua opção sexual, fato que é considerado violência e que pode provocar doenças mentais.