Existem milhões de desenhos para tatuar na pele, de flores a dragões. No entanto, em alguns casos – como aquele em que o “amor eterno” terminou, mas deixou o nome do(a) amado(a) gravado na pele –, as tatuagens podem ser removidas totalmente ou parcialmente, ou cobertas com um novo motivo.
Um pouco de história
As tatuagens já eram conhecidas pelos egípcios em 4000 a.C. Existem muitas evidências arqueológicas, inclusive em múmias. Nas Filipinas, Indonésia, Indonésia, Nova Zelândia e ilhas da Polinésia (oceano Pacífico), os nativos ainda hoje tatuam o corpo em rituais religiosos.
No Ocidente, entretanto, as tatuagens demoraram a ser bem aceitas. No século VIII, a Igreja Católica proibiu-as, classificando-as como prática de vandalismo contra o próprio corpo, que, de acordo com os dogmas da religião, é “o templo do Espírito Santo”.
A palavra “tattoo” foi criada pelo capitão inglês James Cook, que explorou as ilhas da Oceania no século XVIII, a serviço da Coroa Britânica. Em seu diário de bordo, Cook grafou “tattow”, para referir-se aos desenhos no corpo feitos pelos nativos. Cook chegou a descrever algumas tatuagens.
Em 1891, o tatuador americano Samuel O’Reilly desenvolveu um aparelho elétrico – antes disto, as tatuagens eram feitas com agulhas manuais. Durante a Segunda Guerra Mundial, a tatuagem começou a se popularizar entre americanos e europeus, que grafavam o nome da namorada ou esposa antes de partir para o conflito.
Nos últimos 20 anos, as tatuagens vêm ganhando muitos adeptos, inclusive com feiras e eventos de exposição. Alguns tatuadores conquistaram muita fama, sofisticando suas técnicas: em alguns ateliês, o interessado deve esperar até seis meses para ser atendido.
O arrependimento
Tatuagens são definitivas. A pele penetra as camadas internas da pele, o que dificulta bastante sua retirada. Nas clínicas de restauração, a maioria dos pacientes fez as tatoos ainda na adolescência e envergonham-se dos desenhos escolhidos à época.
Em outros casos, porém, os pacientes não estão nada arrependidos, mas fizeram as tatuagens em locais visíveis, fato que pode prejudicar a carreira profissional: algumas empresas não contratam pessoas tatuadas; é uma bobagem, mas cada empresa faz as suas próprias regras.
Por exemplo, quem gosta de praia e surfe aos 15 anos pode sentir-se tentado a desenhar na pele. É preciso pensar bastante, pois, dez anos depois, a situação pode ser completamente diferente: o garotão surfista pode optar por uma profissão cujo exercício não recomenda a presença de tatuagens.
Os métodos para retirar tatuagens
A ressecção da pele na região desenhada é feita sob anestesia local. Retira-se a pele da área e o espaço é fechado por aproximação da pele vizinha. Este procedimento só é possível quando a sobra de pele, para permitir o fechamento. Sem isto, pode ocorrer rompimento dos pontos, facilitando infecções. O método só é utilizado em tatuagens pequenas.
Na dermoabrasão, também sob anestesia, utiliza-se um motor e uma lixa fina para raspar a pele, eliminando a epiderme local e chegando à derme, sem atingir os folículos pilosos (onde nascem os pelos). A dermoabrasão não deixa cicatrizes, conferindo um resultado mais estético, mas, em pessoas morenas ou negras, pode deixar marcas mais claras.
Equipamentos a laser, que queimam a pele até atingir o pigmento, oferecem resultados semelhantes. Quando o pigmento está muito profundo, podem ser necessárias várias cirurgias, com intervalos de quatro semanas entre elas.
O laser apresenta bons resultados para retirar as cores escuras, mas a destruição do vermelho fica comprometida e o método não apresenta nenhum efeito sobre o amarelo. As cirurgias são feitas sem anestesia, mas pessoas mais sensíveis podem usar produtos anestésicos tópicos.
O peeling usa substâncias químicas e físicas para remover a epiderme. A profundidade atingida depende do tempo da tatuagem e da concentração do pigmento. É uma opção menos precisa do que o laser e a dermoabrasão, mas pode ser utilizada em tatuagens pequenas, especialmente as vazadas.
A luz pulsada como uma espécie de micro-ondas. Os raios de luz penetram a epiderme e bombardeiam o pigmento, que se fragmenta em diversos pedaços, o que torna possível a determinadas células da pele, os macrófagos, comerem os pigmentos. As células são especializadas em eliminar elementos estranhos depositados na pele.
Este método é desaconselhado quando o pigmento está muito profundo. Algumas cores não são atingidas pelos raios de luz, enquanto outras são atingidas apenas parcialmente.
Existem outros métodos, como a criogenia, em que a pele a ser retirada é congelada previamente, mas são pouco utilizados. Na maior parte dos casos, opta-se pelo laser ou pela dermoabrasão.
Algumas tatuagens não podem ser retiradas. O que determina sua remoção são o número de cores, as características do pigmento e a profundidade atingida. Tatuagens feitas por profissionais experientes são as de mais difícil remoção, porque o tatuador sabe como fazer o desenho durar para sempre.
Os preços cobrados pelas clínicas de estética não são baixos, e os pagamentos são feitos por sessão. Algumas faculdades de Medicina praticam valores inferiores aos de mercado, especialmente para atender à população de baixa renda.
Antes de submeter-se à cirurgia, é preciso conversar com o especialista, para tirar todas as dúvidas e conferir o aspecto que a pele terá depois do tratamento.