A síndrome do cólon irritável – Tratamento

O cólon ocupa a maior parte do intestino grosso e é dividido em quatro partes: ascendentes, transversal, descendente e sigmoide. É o órgão responsável por absorver a água das fezes, tornando-as mais consistentes. Algumas pessoas sofrem com dores frequentes na barriga, cólicas, gases em excesso, diarreia, prisão de ventre e aumento dos movimentos intestinais (os famosos “roncos” abdominais). Elas podem sofrer de uma doença relativamente comum: a síndrome do cólon irritável.

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O diagnóstico da síndrome do cólon irritável

Para realizar o diagnóstico, o médico pesquisa outras possíveis causas do transtorno. Pacientes com a síndrome do cólon irritável relatam que as dores diminuem após a evacuação e as crises surgem sempre que o ritmo das idas ao banheiro é alterado. Para confirmar a doença, é preciso que as crises ocupem ao menos uma semana de cada mês.

A síndrome do cólon irritável é o diagnóstico mais comum entre os que procuram os gastroenterologistas. Estudos indicam que o número de mulheres com a doença é três vezes maior do que entre os homens, mas os casos masculinos podem estar subestimados, devido à crônica “fuga” dos brasileiros, quando se trata de consulta médica.

A doença provoca outros problemas: os pacientes apresentam altos níveis de serotonina no sangue e no intestino grosso, que causam alterações na contratilidade; como as fezes “estacionam” no cólon (passam mais lentamente pelo órgão), pode surgir hipersensibilidade dos receptores nervosos da parede intestinal. Isto pode facilitar a instalação de infecções e inflamações. Além disto, o paciente percebe a motilidade exagerada no intestino delgado (na parte superior do abdômen) e contrações muito fortes, especialmente depois de refeições gordurosas e pesadas.

Os portadores da síndrome são mais suscetíveis à depressão e à ansiedade. A alteração de neurotransmissores no órgão é a responsável por este fato.

Após o relato do paciente, o médico pode solicitar uma colonoscopia, o exame endoscópico do cólon. Atualmente, muitos hospitais têm optado pela colonografia, que faz a reconstrução virtual em 3D de imagens obtidas através de tomografias. Este exame é minimamente invasivo, eliminando o incômodo para o paciente.

Especialistas afirmam que o exame deve ser muito bem conduzido, porque os sintomas da síndrome do cólon irritável são muito semelhantes aos de outras doenças, como a diverticulite, obstrução, isquemia, endometriose e câncer de cólon. Trata-se de um diagnóstico de exclusão, eliminando-se todos os outros possíveis motivos para a indisposição.

Tratamento para a síndrome do cólon irritável

O tratamento para a síndrome do cólon irritável pode incluir alterações na dieta alimentar. É útil anotar os alimentos consumidos durante o dia, para verificar se eles tornam as crises mais graves. A piora pode ocorrer após a ingestão de café, bebidas alcoólicas, gorduras, vegetais que aumentam o volume dos gases (como leguminosas, couve-flor, repolho, etc.), além de chicletes e balas sem açúcar, com sorbitol na composição.

As dores são combatidas com antiespasmódicos (em casos muito resistentes, há pacientes tratados com morfina). Para a diarreia, diversos medicamentos aumentam a consistência do bolo fecal (casos graves são tratados com antibióticos por um curto período, para alterar a flora intestinal). O contrário acontece com a prisão de ventre: neste caso, são usados laxantes (como o leite de magnésia), além da inclusão de fibras na dieta. Diversos medicamentos amolecem as fezes e aumentam a velocidade do trânsito intestinal.

Os problemas emocionais ainda não encontraram um consenso entre a comunidade médica. Exercícios físicos e relaxamento podem ajudar a reduzir a ansiedade. Por fim, a psicoterapia pode ser um recurso bastante adequado.

A síndrome do cólon irritável é comum e deve ser tratada. Muitas pessoas negligenciam os cuidados com a doença, automedicam-se com laxantes e antidiarreicos; com isto, acabam prejudicando a qualidade de vida, quando poderiam manter a saúde com cuidados simples.