Segredos escandalosos da Maçonaria

A Maçonaria já liderou revoluções liberais e ajudou a definir os mapas da América e da Europa. Ela surgiu na Idade Média. A palavra é derivada de “maçon”, que significa “pedreiro” em francês. A ordem nasceu como a organização dos maçons livres, uma das primeiras associações profissionais. Mas muitos escritores e membros querem que ela seja muito mais antiga, com origens entre os egípcios e caldeus. Para outros, o berço da Maçonaria seria o Templo de Salomão, que teria sido construído por volta do ano 900 a.C. Envolvida em tantas histórias, nada mais natural que ela esteja ligada a muitos segredos, alguns deles bastante escandalosos.

Alguns pretendem encontrar o início da Maçonaria no ocultismo, magia e crenças primitivas, o que a torna bastante ligada a alguns preconceitos. Na verdade, ela é apenas um sistema doutrinário em que os membros se auxiliam mutuamente, sem ligação com uma religião específica. Seus ritos e iniciações, no entanto, envolvem-na com uma aura de mistério. Seus partidários e detratores se encarregaram de criar segredos escandalosos, para divulgar – ou prejudicar – a causa.

Em resumo, a Maçonaria não é aberta a mulheres (mas há evidências de que diversas delas participaram da ordem, inclusive em cargos de destaque) e ateus (para ser aceito, é preciso acreditar em alguma forma de poder superior ao homem).

Ela é hierarquizada em três graus (aprendiz, companheiro e mestre) e já teve muitas personalidades famosas entre seus quadros, como os astronautas do Projeto Apolo, os presidentes americanos George Washington, Harry Truman e Franklin Roosevelt, além do ditador Chileno Augusto Pinochet. A fama, como se vê, nem sempre é positiva. Anders Breivik, responsável por um massacre na Noruega em 2011, também era maçom. Na década de 1920, a ordem foi perseguida pelos líderes comunistas da URSS e, na de 1930, as lojas maçônicas da Alemanha foram fechadas por Adolf Hitler.

No início do século XIX, o processo da independência do Brasil contou com a participação ativa de muitos maçons – entre eles, os irmãos Andrada: José Bonifácio, Martim Francisco e Antônio Carlos. O próprio imperador Pedro I teria pertencido aos quadros da Maçonaria (o Grande Oriente do Brasil, primeira federação maçônica do país, foi fundado em 1822). Posteriormente, o marechal Deodoro da Fonseca, que depôs o segundo imperador e proclamou a república, seria também um maçom, na qualidade de grão-mestre.

Os símbolos da Maçonaria estão presentes nas notas de um dólar dos EUA. É possível identificar uma pirâmide sob “o olho que tudo vê” ou “nova ordem mundial”, uma referência à onipresença da ordem, além do esquadro e do compasso, símbolos da arte da construção.

Um começo de mistérios

Durante a segunda metade da Idade Média, muitas catedrais, castelos e palácios foram construídos em diversos países europeus. Durante séculos, desde a queda de Roma, o continente conheceu um período de decadência e destruição das grandes cidades. As poucas aldeias se mantinham isoladas e o próprio conceito de Estado foi eclipsado.

Com o reflorescimento urbano, diversos grupos se organizaram. Os primeiros burgueses (literalmente, moradores dos burgos – ou cidades) se associaram em guildas. Artesãos, ferreiros, marceneiros e tecelões começaram a discutir formas de defender suas atividades profissionais. O objetivo inicial dos maçons (ou pedreiros) era ocultar e proteger as técnicas arquitetônicas, impedindo, desta forma, que outras pessoas exercessem as atividades de construção.

O tempo passou e a especulação continuou sendo a principal forma de identificar os ideais, princípios e cerimoniais da Maçonaria. Seus membros não falam sobre o que acontece nas reuniões, franqueadas apenas para iniciados. Isto faz com que muitos simplesmente inventem histórias, o que só faz aumentar as controvérsias sobre a ordem.

Segredos, senhas e símbolos

Aparentemente, maçons não testemunham contra outros maçons em julgamento. Eles podem optar por se manter em silêncio durante interrogatórios e até mesmo por apelar para falsos testemunhos. Isto não deixa de ser uma falha de moral e cidadania, mas, para os membros da ordem, um erro ainda maior seria não proteger seus colegas.

Este fato é sempre negado, mas consta que os maçons tenham um aperto de mãos secreto, para que possam se identificar em situações sociais e profissionais. Em teoria, existem também frases específicas, que devem ser pronunciadas quando um membro se encontra em alguma dificuldade ou perigo e precisa de ajuda dos colegas. Em outras situações delicadas, mais senhas são empregadas para os pedidos de auxílio.

O nome “Tubal Caim”, citado no Antigo Testamento (Livro da Gênese) como um dos primeiros construtores do mundo e o primeiro a trabalhar com ferro e cobre (dando início à Idade dos Metais), é invocado durante as cerimônias de passagem entre o segundo e terceiro graus da Maçonaria: “eu sou Tubal Caim”.

As cerimônias

Elas são descritas como reuniões agradáveis, em que se valorizam o fortalecimento do caráter dos homens, a melhoria da bagagem moral e espiritual e a ampliação dos horizontes culturais dos participantes. No entanto, muitas testemunhas já relataram a presença de uma forca nos salões em que os rituais de iniciação são realizados.

Não se sabe o motivo do estranho adereço: pode ser uma ameaça ou uma lembrança pouco sutil de que o silêncio sobre os segredos da Maçonaria deve ser mantido a qualquer preço. Alguns maçons explicam que a forca é apenas o símbolo do cordão umbilical.

As lojas maçônicas são construídas sempre voltadas para o leste. Eles acreditam que o nascer do Sol simboliza o renascimento. A energia solar, para os maçons, pode ser canalizada para que eles atinjam os seus objetivos e propósitos, sempre sob os desígnios divinos.

Corrupção?

Muitos especialistas afirmam que a meta da Maçonaria é obter o controle político e financeiro do mundo (a mesma afirmativa já foi feita contra os judeus, em épocas diferentes). Efetivamente, a corrupção na Maçonaria é bem documentada, embora quase sempre encoberta. Cerca de 500 mil maçons ingleses ocupam cargos no governo, parlamento e grandes bancos, número bastante desproporcional em relação ao conjunto da população (no mundo todo estima-se que haja seis milhões de maçons).

A Maçonaria já foi excomungada pela Igreja (em 1738, pelo papa Clemente XII; a bula com a penalidade foi ratificada em 1983, pelo então cardeal Joseph Raztinger, posteriormente Bento XVI e atualmente “papa emérito”), mas muitos escritores afirmam que vários membros a Igreja Católica pertencem à ordem. Entre eles, Paulo VI, muitos cardeais, bispos e arcebispos e diversos líderes da Opus Dei.

Há relatos que mesmo associações beneficentes, hospitais e universidades estão sob o controle de membros da ordem. Afinal: a Maçonaria é uma “ação entre amigos” ou uma ameaça para as instituições humanas?