Casamentos fazem a alegria das duas famílias e dos amigos. A preparação para a festa dura meses e às vezes mais (recentemente foi divulgado que o vestido de uma noiva, feito por rendeiras do Nordeste, levou um ano para ser confeccionado). Mas alguns ritos parecem muito estranhos aos olhos do Ocidente.
Diversos povos do norte europeu tinham o costume de o novo casal pular uma vassoura. O rito simboliza que as vidas de solteiro estavam varridas para sempre. A tradição era comum também entre os escravos levados para a América do Norte, onde o casamento entre os cativos era legalmente proibido. Assim, o salto era usado para que todos soubessem que a união estava realizada.
Nos casamentos judeus, vários ritos são praticados, entre elas a entrega, pelo rabino, de duas tigelas com sal. O oficiante pede que o novo casal junte as duas porções, simbolizando a união. Realizado o pacto do sal, acontece a ceia: o noivo oferece pão e vinho para a futura esposa, que em seguida faz o mesmo. Depois de tomado o vinho, a taça é pisada com força pelo noivo; o rito simboliza a quebra dos laços do passado.
Em vários locais da Índia, um longo ritual é necessário antes de a noiva finalmente encontrar o futuro marido. As mulheres da família e as amigas se reúnem para decorar mãos e pés da jovem com complexos desenhos feitos com henna, os menhdi, que duram apenas alguns dias, mas levam horas para serem feitos. Isto sem contar com o tempo que a noiva leva esperando a tinta secar.
Se a escolha do vestido do grande dia já uma tarefa difícil, imagine o dilema das noivas chinesas: elas usam três vestidos. O primeiro é vermelho, geralmente bordado – a cor significa sorte. Em seguida, para a primeira dança do novo casal, ela deve usar um vestido de baile branco. Por fim, ela deve vestir outro traje para a recepção.
Noivas inglesas têm o costume de usar quatro itens obrigatórios: algo novo (que representa a nova etapa da vida), algo velho (o passado e os laços familiares), algo emprestado (é o símbolo da amizade) e algo azul (que significa fidelidade). A tradição foi exportada para vários países colonizados pela Grã-Bretanha e já é relativamente comum no Brasil.
Ainda na Inglaterra, não há madrinhas de casamento, apenas damas de honra, sempre mais jovens do que a noiva. Nos EUA, o padrinho recebe o nome de “bestman” (o melhor homem, ou amigo) e a figura da madrinha também inexiste, mas as damas de honra são amigas da noiva: elas ajudam na preparação da festa e vestem a noiva para a cerimônia.
O “dote” – valor oferecido pelo noivo à família do noivo – é comum a diversas culturas (em algumas ocorre o contrário: é a noiva quem paga) e permanece em várias regiões do globo. Na Rússia, no entanto, há um “dote criativo”: no noivado, o rapaz pede a mão da mulher amada e a família inicialmente recusa: ele precisa oferecer presentes ou dinheiro, além de trocar a fralda de uma boneca. Ao final, os pais da noiva cedem e o pedido é oficializado.
O Peru cultiva uma antiga tradição inca. Na festa, a noiva não joga o buquê. O bolo é confeccionado com várias fitas entre as camadas, que são puxadas pelas convidadas. Numa delas, está preso um anel: quem encontrá-lo será a próxima a deixar de ser solteira.
Estranho é apenas algo que não conhecemos. Diversos povos devem estranhar a cerimônia religiosa ocidental, que tem uma origem curiosa, iniciada na Idade Média: o pai leva a filha até um local sagrado – o altar da igreja – e entrega-a ao seu novo dono: o marido.