O próprio nome já indica: em inglês, “to box” é bater com os punhos. O verbo é arcaico, mas indica a antiguidade do esporte: existem registros de pugilismo, na Inglaterra, desde o século XI. As regras do boxe são bastante simples: basicamente, os competidores devem procurar acertar o tronco do adversário (da cintura para cima) com socos, somando pontos para atingir a vitória ou para nocautear e pôr fim ao confronto.
No boxe profissional, são realizados entre dez e 12 rounds (o número varia de acordo com a associação que organiza as competições), que duram três minutos cada, com um intervalo de um minuto entre eles, para descanso dos atletas. Os pontos são conquistados sempre que um lutador atinge, com seus socos, o torso ou as partes laterais e frontais da cabeça do adversário; golpes nos braços não são considerados pelos árbitros. Nos Jogos Olímpicos, que são disputas amadoras, são quatro rounds de apenas dois minutos.
Nas disputas profissionais oficiais, não é permitido o uso de protetores de cabeça: os lutadores entram no ringue com shorts, tênis e luvas (que só foram introduzidas em 1743; antes disto, os competidores lutavam com as mãos livres, o que tornava o esporte muito mais violento e perigoso; o boxe sem luvas foi proibido pela primeira vez na Inglaterra, em 1867). Já nas competições amadoras, o uso dos protetores de cabeça é obrigatório.
No início de cada round, os lutadores recebem dez pontos, que vão sendo descontados à medida que o embate avança e os golpes vão sendo aplicados.
No boxe, não são permitidos agarramentos, socos na nuca, tapas de mão aberta, golpes abaixo da cintura (que deram origem à expressão “golpe baixo”) e postura passiva – a chamada falta de combatividade. As lutas contam com cinco árbitros, mas apenas um fica no ringue: os demais ficam atentos à pontuação de cada atleta.
No caso de faltas, um atleta pode ser advertido duas vezes em cada round; na terceira advertência, o lutador faltoso é automaticamente desqualificado.
Mas não são apenas os pontos que determinam a vitória: se um dos lutadores conseguir derrubar o competidor (não é preciso que “beije a lona”; basta que ele caia sentado, ajoelhado ou apoiado nas mãos e não consiga se recompor durante a contagem de dez segundos, executada pelo juiz de ringue), para que seja definido um nocaute: o atleta que cai permanece desorientado, cansaço, dor ou inconsciente.
Golpes na cabeça – especialmente na região das têmporas e da mandíbula –, podem provocar concussão cerebral; já os golpes no fígado provocam dor intensa e impedem que o atleta continue lutando. No entanto, não são apenas os golpes fulminantes que determinam o fim da luta: existe também o nocaute técnico. O juiz de ringue ou o médico responsável por acompanhar a disputa podem determinar seu encerramento: é o caso, por exemplo, de golpes que atingem severamente os supercílios, o que provoca sérios sangramentos. O técnico do atleta também pode solicitar a retirada do lutador. Em alguns torneios, um número predeterminado de quedas num mesmo round também é motivo para um nocaute técnico.
Os principais golpes do boxe são:
• jab: golpe frontal com a mão que está à frente na guarda. Geralmente, os jabs são usados para afastar o oponente, mas podem levar a um nocaute;
• direto: também um golpe frontal, mas com a mão que está atrás na guarda;
• jabs diretos: trata-se de uma série de golpes combinados (com ambas as mãos), golpeando o adversário com violência. É um dos grandes momentos de uma luta de boxe;
• cruzado: golpe tão potente quanto o direto, mas tem como objetivo atingir as têmporas do adversário;
• gancho: atinge lateralmente a cabeça ou o abdômen. O lutador desfere o golpe num movimento curvo do punho (um gancho), o que dificulta a defesa. Geralmente, os ganchos são aplicados a curta distância;
• uppercat: desferido de baixo para cima, tem como objetivo a mandíbula do adversário. Dependendo da potência, pode tirar do ar o lutador atingido.
Nos campeonatos profissionais, há 17 categorias de boxe, de acordo com o peso dos contendores. Nos amadores, são apenas 11.