Os talibãs (estudantes, no idioma pashtun), surgiram como um movimento de resistência à invasão soviética do Afeganistão, país muçulmano da Ásia. A ex-URSS ocupou o país entre 1979 e 1989. Nesse período, em plena Guerra Fria, os EUA e o Paquistão ofereceram armas e treinamento militar para as milícias talibãs, que combatiam as forças russas com táticas de guerrilha.
Ao fim da invasão soviética, os rebeldes mujahedins assumiram o poder, mas eram considerados liberais em excesso pelos opositores, que continuaram promovendo confrontos armados. Em 1996, o talibã assumiu o governo do país, instalando o Emirado Islâmico do Afeganistão. A população apoiou o novo governo, por vislumbrar a expectativa de fim dos conflitos, mas o que se viu foi a implantação de um regime fundamentalista radical, que surpreendeu o mundo com ações extremas, como a proibição da internet, musica, cinema e TV, o banimento de todas as religiões não muçulmanas. As mulheres não podiam ser fotografadas e só podiam sair às ruas acompanhadas por um parente, vestidas com a burca, roupa que cobre todo o corpo, inclusive os olhos. Os homens não podiam barbear-se e as crianças foram proibidas de empinar pipas (considerado um costume hindu). Até a previsão do tempo foi considerada prática contrária ao islamismo.
O mundo ficou chocado com a destruição dos Budas de Barniyan (esculturas com 1.500 anos de idade, considerados patrimônio da humanidade pela UNESCO). De acordo com os talibãs, as esculturas estavam em desacordo com o Corão (livro sagrado do Islamismo) eram ídolos e, portanto, eram fonte de mentiras.
Os talibãs assassinaram a maioria de seus adversários políticos e forçaram a fuga de milhares de afegãos para o Paquistão. Apenas três países reconheceram o regime:
Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Paquistão. O movimento ficou no poder até 2001, quando foi desbaratado pelo exército dos EUA, após a constatação, pelos serviços de inteligência, de que Osama Bin Laden, líder da organização Al Qaeda, teria se refugiado no Afeganistão após os atentados de 11 de setembro de 2001 contra o Pentágono e as Torres Gêmeas. Estudiosos, entretanto, afirmam que os talibãs são provinciais e agem apenas em seu território e nada têm a ver com os ataques a países do Ocidente. Além disso, os talibãs são afegãos da etnia pashtun e os membros da Al Qaeda são árabes.
O movimento talibã vem se reorganizando desde 2004, promovendo ataques contra os governos do Afeganistão e Paquistão. EUA, União Europeia e Rússia consideram o talibã como um movimento terrorista.