Esparta é uma milenar cidade grega, uma das principais cidades-estado da Antiguidade. A vocação militarista determinou sua participação em dezenas de guerras, mas certamente a batalha mais marcante foi a que envolveu apenas 300 soldados, comandados pelo rei Leônidas: os 300 de Esparta.
Esparta foi fundada pelos dórios, um dos povos helênicos, no século IX a.C. Ela nasceu da união de quatro aldeias, que ampliaram seu território em busca de terras aráveis. Consolidou-se como uma das mais poderosas pólis do mar Egeu ao conquistar a Messênia em 700 a.C.; 200 anos mais tarde, na Guerra do Peloponeso, Esparta derrotou Atenas e passou a governar toda a Grécia, situação que se manteve até 371 a.C., quando as outras cidades retomaram a autonomia.
Os espartanos eram em sua maioria soldados. Ao contrário de Atenas, que desenvolveu a filosofia e as artes, o principal interesse em Esparta era o treinamento militar, responsável pelo bom condicionamento físico dos homens e o desenvolvimento de técnicas bélicas avançadas para a época.
Em 480 a.C., os persas tentaram invadir a Grécia. Atenas ficou responsável pela defesa marítima, enquanto Esparta defendeu a Grécia em terra. O conflito ficou conhecido como Guerras Médicas, que começaram em 546 a.C. e só foram encerradas em 479 a.C., quando o rei persa Xerxes I comandou um grande exército, numa investida para obter o domínio total.
Ele não contava com a tenacidade dos espartanos. Em 480 a.C., comandados pelo seu rei Leônidas, 300 soldados barraram o avanço dos persas e, no desfiladeiro de Termópilas, promoveram um massacre. O desfiladeiro era muito estreito e não comportava todo o exército inimigo. Foram dois dias de luta.
Mas os gregos foram traídos pelos foceus, que se acovardaram e ensinaram a Xerxes um atalho por onde os persas poderiam interceptar os espartanos, cujo exército foi atacado de frente pela forte cavalaria persa, não sem antes abater muitos adversários. Foi o fim da batalha. Diz a tradição que, no local da última batalha, foi colocado a seguinte inscrição: “Viajante, vê e diz a Esparta que morremos para cumprir suas sagradas leis”.
Na verdade, havia outros mil soldados de outras cidades no exército comandado por Leônidas, mas a tradição espartana fez ecoar por toda a península que os “300 de Esparta derrotaram milhões de persas”. As baixas provocadas por Leônidas foi um dos determinantes para o fim do conflito, um ano depois.
A história gerou dois filmes homônimos: “300”, de 1962 e 2007. O último deles foi baseado na graphic novel em cinco volumes lançada pela editora americana Dark Horse. No Brasil, os filmes e os quadrinhos receberam o nome “300 de Esparta”. O ator brasileiro Rodrigo Santoro fez o papel do rei Xerxes no filme de 2007.