A Donzela de Orleans, como também é conhecida, nasceu em Domrémy, uma aldeia francesa, em 1412, e morreu em 1431. Santa para a Igreja Católica, Joana d’Arc foi uma heroína da Guerra dos Cem Anos, na qual lutou ao lado dos armagnacs, contra os borguinhões e seus aliados ingleses.
Joana d’Arc era a caçula de cinco irmãos. Durante seu julgamento, afirmou que, com 13 anos, passou a ouvir vozes, que a incentivavam a ir a Paris, reunir um exército e levantar o cerco contra Orleans. A jovem atribuiu às vozes a santos católicos.
Efetivamente, Joana d’Arc pôs-se a caminho para cumprir o designado. Mas antes, vamos situar o que foi a Guerra dos Cem Anos.
Em 1066, Guilherme, o Conquistador, tomou o poder na Inglaterra e desde então os reis ingleses passaram a controlar várias regiões francesas: Aquitânia, Gasconha, Poitou e Normandia são exemplos de ducados ocupados. Os nobres que governavam essas regiões, apesar de vassalos do rei francês, tornaram-se seus rivais.
Em 1337, Felipe VI da França decidiu retomar seus territórios e a guerra começou. Com a morte do rei, travou-se uma disputa pela sucessão entre João I da Borgonha e o armagnac Luís de Orleans, que foi assassinado por ordem dos borguinhões. Teve início uma guerra civil e os dois grupos buscaram o apoio da Inglaterra. Aqui, Joana d’Arc entra na história.
A jovem pediu ajuda a um capitão armagnac, para que fosse escoltada até a presença do delfim Carlos. Um ano depois, o capitão cedeu aos pedidos e levou-a a Chinon, onde estava o pretendente ao trono. Carlos, temeroso de um atentado, recebeu Joana d’Arc numa sala cheia de cortesãos. A soldado, entretanto, foi diretamente ao rei e teria afirmado: “alteza, tenho ordens de conduzir seu exército à vitória”. Seja como for, ela convenceu o delfim a deixá-la chefiar as tropas. Mas antes disso, ela foi submetida a um severo exame pelas autoridades do clero, que consideravam muito estranho a “moça com trajes de homem”.
Com as tropas, Joana retomou Orleans em apenas dez dias de batalha e participou de várias. Em julho de 1427, Carlos foi coroado na presença da combatente. O novo rei e a guerreira mística reacenderam as esperanças francesas, mas Joana percebeu que, enquanto Paris estivesse sob controle inglês, o poder do rei era frágil.
Em 1430, numa batalha em Compiègne, Joana d’Arc foi capturada pelos borguinhões e levada ao duque de Borgonha. A jovem ficou presa até janeiro de 1431, quando o processo contra ela foi iniciado. Em 30 de maio desse ano, a guerreira foi queimada viva e suas cinzas foram jogadas no rio Sena, para que não se tornassem objeto de veneração.
Depois de sua morte, Joana d’Arc permaneceu praticamente ignorada até o século XIX, quando foi alçada à categoria de heroína nacional. Em 1920, foi canonizada pela Igreja Católica.