Uma rinoplastia pode conferir bons efeitos estéticos para o nariz e maior harmonia entre os traços do rosto, reduzindo ou aumentando o órgão do olfato. O procedimento oferece uma ponta mais arrebitada, a redução das asas das narinas ou a suavização dos ossos nasais.
A indicação de uma rinoplastia visa corrigir desproporções dos formatos nasais, para harmonizá-lo com os demais traços faciais ou para reparar deformidades congênitas ou provocadas por traumas. O procedimento também é indicado para aliviar determinadas dificuldades respiratórias (nestes casos, são cirurgias funcionais).
O nariz é um “centro de discórdia” no rosto humano. Diz-se que o nariz da rainha egípcia Cleópatra era bastante proeminente – e foi justamente isto que provocou uma paixão incontrolável no general romano Marco Antônio. O filósofo francês Blaise Pascal afirmou que “se o nariz de Cleópatra fosse menor, toda a face da Terra teria mudado”.
Os resultados da rinoplastia
Seja como for, as primeiras rinoplastias foram realizadas no início do século XX. Com os avanços da anatomia, da fisiologia e da cirurgia plástica, tem ocorrido uma constante evolução das técnicas empregadas neste segmento.
No início, as rinoplastias eram realizadas por via endonasal. Atualmente, os cirurgiões atuam diretamente na estrutura do nariz (via aberta, ou exorrinoplastia). A evolução da cirurgia plástica, cada vez mais precisa, vem permitindo não apenas melhores resultados estéticos, mas também reduz o período de convalescença.
Muitas vezes, a rinoplastia é realizada juntamente com outros procedimentos, como a correção do desvio do septo nasal (a parede que separa as narinas, que deveria resultar em duas fossas nasais simétricas, fato nem sempre verificado) e a turbinectomia (a retirada da popular “carne esponjosa”), para permitir a melhoria da respiração.
Para as pessoas insatisfeitas com o formato natural do nariz, a rinoplastia pode ser realizada a partir dos 15 anos, idade em que o desenvolvimento facial já está concluído. É necessário, porém, que o paciente seja submetido a diversas avaliações clínicas e radiológicas antes de se submeter à cirurgia.
Mesmo com todos os avanços da Medicina, a rinoplastia sofre limitações, especialmente porque não é possível interferir na funcionalidade das vias aéreas superiores. Por isto, o candidato à rinoplastia não pode dirigir-se ao consultório médico com expectativas muito elevadas ou simplesmente utópicas.
De nada adianta “escolher” o formato do nariz da protagonista da novela, da cantora em evidência no momento ou de qualquer outro rosto-modelo. Cada pessoa possui uma estrutura óssea complexa, definida principalmente em função da herança genética.
Saúde e aparência
Um exemplo de uma “busca impossível” é a trajetória do cantor americano Michael Jackson, morto em 2009, dois meses antes de completar 51 anos. As transformações físicas pelas quais o astro pop sempre foram alvo de controvérsia, não apenas na imprensa, mas também na própria família.
Durante os anos 1980 e 1990, Jackson clareou a pele (pretensamente para corrigir os efeitos do vitiligo e do lúpus, doenças que provocam despigmentação, entre outros efeitos), alterou profundamente o formato do nariz (o cantor tinha origem africana, mas, no final da vida, o nariz ficou semelhante ao da atriz Elizabeth Taylor, sua amiga e mentora).
Apesar de negar sempre, ficou evidente que o cantor submeteu-se a cirurgias plásticas na região dos olhos, lábios e testa, além do nariz.
O garotinho prodígio da banda Jackson Five, sucesso nos anos 1970, estava irreconhecível do intérprete de “They don’t Care about Us”.
Em uma biografia não autorizada, o escritor Randy Taraborrelli esclareceu que Michael Jackson sofreu um acidente, enquanto gravava um comercial para refrigerantes. Seus cabelos e couro cabeludo teriam sido incendiados por fogos de artifício e este teria sido o motivo principal para a sucessão de cirurgias plásticas. Aparentemente, porém, o cantor foi vítima de autonegação e busca incansável por um modelo estético incompatível com a sua estrutura física.
A escolha do médico
A rinoplastia é um procedimento relativamente simples, mas não se pode esquecer que é uma cirurgia e, como tal, oferece riscos às pessoas que querem alterar o formato do nariz. Em primeiro lugar, é preciso verificar se o profissional é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Muitos médicos não especializados (ou especialistas de outras áreas) oferecem a cirurgia, muitas vezes por preços abaixo da média, mas o risco, nestas situações, é grande demais, seja para a obtenção de efeitos estéticos, seja de efeitos funcionais.
A clínica deve ser equipada com todos os instrumentos necessários a uma cirurgia de média complexidade e o procedimento precisa ser integralmente acompanhado por um anestesiologista (a rinoplastia é realizada sob sedação ou anestesia geral). Sem estas precauções, o paciente está colocando em risco a sua saúde – e, em alguns casos, até mesmo a sua vida.
A recuperação na rinoplastia
No passado, o pós-operatório de uma rinoplastia era considerado muito doloroso, principalmente em função do uso do tamponamento nasal, técnica empregada para controlar os sangramentos que prejudicava os movimentos respiratórios e provocava muita dor.
Atualmente, os curativos são menores, o que melhora bastante a qualidade dos dias de convalescença. Dores e desconfortos podem ser controlados com a medicação prescrita pelo médico. O enjoo, no entanto, é muito comum nos primeiros dias: o organismo quer expelir a medicação e o sangue ingerido durante a cirurgia plástica.
A formação de hematomas em torno do nariz também é uma característica da rinoplastia. O desaparecimento completo das manchas roxas e azuladas é um processo natural, que ocupa de 20 a 25 dias (o prazo varia de acordo com condições específicas de cada paciente). As cicatrizes se tornam imperceptíveis, uma vez que as incisões são pequenas e em locais de pouca exposição.
Podem ocorrer pequenos sangramentos e, por isto, é preciso permanecer em repouso absoluto por uma semana (seguida de repouso moderado por mais sete dias). Depois disto, é possível retomar as atividades, mas esforços físicos intensos precisam ser evitados por dois ou três meses.
Nos primeiros dias do pós-operatório, a respiração fica dificultada pela presença de coágulos sanguíneos nas narinas, condição que pode ser atenuada com a aplicação dos antidescongestionantes nasais prescritos pelo médico.
Durante a primeira semana, o paciente precisa se abster de alimentos sólidos. As refeições devem ser compostas por pratos líquidos e pastosos, pois toda a região permanece dolorida e inflamada. A mastigação mais vigorosa pode causar sérios incômodos.