Só Alá é Deus e Maomé é seu profeta. Todos os muçulmanos concordam com isto, desde que Maomé deu origem a uma das maiores religiões do mundo. Mas já no início da expansão islâmica, ocorreu uma cisão entre seus adeptos, dando origem aos xiitas e sunitas.
Maomé morreu em 632 e este fato deu início a uma disputa sobre a liderança da comunidade. Ali, casado com Fátima, única filha do profeta, reivindicou o poder político, mas a maioria o considerava muito jovem e inexperiente. Abu Kahr, um dos amigos mais próximos de Maomé, foi escolhido como chefe, mas os partidários de Ali – os shiat ali, mais tarde conhecidos como xiitas – não concordaram e prosseguiram reivindicando o poder.
Abu Kahr e os dois califas que o sucederam exerceram o poder, sempre em disputa com Ali. Em 656, o genro de Maomé conseguiu governar por um breve período, mas a oposição exercida pela tribo dos omíadas culminou com a independência dos califados de Damasco e Medina. O próprio Ali foi assassinado por partidários, que não concordavam com sua postura conciliatória. A briga continuou entre os omíadas e os xiitas, que defendiam que o poder deveria ser exercido pelos descendentes diretos de Maomé.
Os sunitas, que seguem a Suna, livro que conta a vida de Maomé, para complementar pontos obscuros do Corão, o livro sagrado do Islamismo, sempre foram mais pragmáticos e abertos ao contato com outras religiões. Atualmente, representam cerca de 85% do total de muçulmanos. A minoria xiita, mais apegada às tradições, busca viver uma vida ascética, com princípios e tradições bastante rígidos. Insiste na adoção de todos os pontos do Corão.
Os xiitas acreditam na volta de Mahdi, o último descendente direto do profeta, que marcaria o início de um governo próspero e justo, enquanto os sunitas acreditam que a obediência aos conceitos extraídos dos livros sagrados, aliada ao diálogo franco e aberto, é suficiente para garantir um bom governo.
O Islamismo estende-se desde Marrocos até o Paquistão, além de marcar forte presença em países como Indonésia e Bósnia. Quando se fala de xiitas e sunitas, é comum pensar em atentados terroristas, mas as comunidades muçulmanas, em todas as partes do mundo, são cordiais e adeptas da paz. Não se pode avaliar o mundo islâmico pelas ações radicais tomadas por alguns grupos fundamentalistas.