O Candomblé teve origem em Ifé, antiga cidade da Nigéria, e foi trazida para o Novo Mundo pelos negros iorubas na África, mais de 50 orixás são cultuados, mas aqui aportaram apenas 16. É uma religião politeísta, apesar de haver uma hierarquia entre os deuses: Olorum é a divindade suprema que criou o mundo. Olorum determinou que Oxalá criasse o homem.
Os principais orixás do Candomblé são Exu (mensageiro dos deuses), Ogum (deus da guerra), Iansã (deusa do vento e das tempestades), Oxum (dos rios), Oxóssi (caça), Oxumaré (chuva e arco-íris) e Iemanjá (deusa do mar, mãe de todos os orixás). Os nomes variam de nação para nação. As personalidades destas entidades têm características diferentes e a cada são prestados cultos e ofertas, com exceção de Olorum, que não aceita oferendas porque tudo o que existe lhe pertence.
No Candomblé, a autoridade máxima do terreiro, onde os rituais são celebrados, é o babalorixá (pai de santo) ou ialorixá (mãe de santo), que, segundo a crença, são escolhidos pelos próprios orixás e encaminhados para suas funções. No terreiro, existe ainda o pai pequeno ou mãe pequena (assessor direto da autoridade máxima), as ekedes (assistentes das atividades), os ogãs (tocadores de atabaques), a ya bace (prepara os alimentos que serão oferecidos aos orixás), a ya efun (cuida dos yaôs, iniciantes recolhidos para fazerem o santo), e finalmente os filhos de santo, fiéis que raspam a cabeça a pedido de um orixá.
Os adeptos do Candomblé acreditam na vida após a morte e na comunicação entre os vivos e os orixás, geralmente feita através do jogo dos búzios, leitura de pequenas conchas, um tipo de leitura divinatória feito pelo pai ou mãe de santo. Os orixás podem eventualmente incorporar em alguns iniciados. Ao contrário do que se pensa, no Candomblé não há incorporação de outras entidades.
O Candomblé possui diversos costumes, ritos e dogmas, tais como “despachar a rua”, que consiste em jogar três porções de água antes de entrar ou sair de casa, porque a água purifica e fertiliza. Os fiéis devem se abster de álcool, fumo e relações sexuais no dia que antecede aos ritos no terreiro. Há roupas e acessórios especiais para cultuar cada um dos orixás. As cerimônias abertas ao público geral impressionam pela beleza estética.
A Igreja Católica proibiu que os escravos praticassem sua religião. A partir desta interdição, os negros associaram os orixás a alguns santos católicos (por exemplo, Xangô a São Pedro, Iemanjá a Nossa Senhora da Conceição, etc.). isto deu origem a um sincretismo religioso que, no século XIX, deu origem à Umbanda.