Mediunidade é a faculdade que um ser encarnado tem de entrar em contato com desencarnados. Allan Kardec, codificador do Espiritismo, afirma que somos todos médiuns, porque todos sentimos a influência positiva ou não dos Espíritos com quem optamos em conviver. Mediunismo é uma expressão cunhada por Emmanuel, psicografada por Chico Xavier e inserida no livro “Emmanuel”, publicado em 1937.
Emmanuel ensina que o mediunismo é o uso inadequado dos dons mediúnicos, seja por se prestar a tarefas que visem ao mal de outrem, seja pelo desequilíbrio do próprio médium, que se torna joguete nas mãos de entidades ignorantes, levianas e mesmo maléficas.
Usando este critério, mediunidade é o mediunato definido por Kardec: a missão trazida pelo Espírito ao reencarnar, de auxiliar o próximo com suas possibilidades. Para tanto, o médium precisa educar-se e pôr sua faculdade a serviço do bem. As aptidões mediúnicas só devem ser exercidas em ambientes adequados, com a orientação das entidades que organizam as atividades: os guias e mentores.
Tanto na mediunidade como no mediunismo, é comum o médium agregar certa dose de animismo ao fenômeno, que é apenas o patrimônio cultural e intelectual do medianeiro interagindo com a mensagem. Certamente, o ideal é a mediunidade pura, sem interferências, mas somos humanos e viemos para aprender; ninguém se torna um médium perfeito de um instante para outro. O mesmo não se pode dizer da mistificação, que é uma farsa e deve ser combatida.
Os dons mediúnicos mais comuns são:
• psicografia: o comunicante traz a mensagem ao médium, que a transcreve no papel;
• psicofonia: a entidade controla o aparelho fonador do médium, que precisa se manter atento para controlar o que é dito;
• vidência: a entidade atua no campo visual do médium, que passa a enxergar parcialmente o que ocorre na esfera espiritual. Quando o médium vê o que se passa noutros ambientes, a faculdade toma o nome de clarividência;
• curativa: o médium é capaz de absorver energias salutares e transmiti-las ao assistido, geralmente por meio de passes e irradiações (tratamentos a distância).
Outras faculdades, como os efeitos físicos (transporte de objetos, levitação, materialização de Espíritos) são cada vez mais raras, porque, como afirma Kardec, o fenômeno deslumbra, mas não convence.
Na mediunidade inconsciente, a entidade controla diretamente a região perispiritual do médium responsável pelo fenômeno mediúnico. Quanto mais consciente é o instrumento de sua faculdade, maior é a sua participação. Assim, na psicografia inconsciente, o comunicante praticamente controla a mão do médium e, na consciente, apenas sugere um pensamento, que o medianeiro traduz de acordo com sua capacidade.
Em tempo: a imensa maioria dos Espíritos que se comunicam pouco ou nada tem de superior aos encarnados. São entidades que permanecem vinculadas à Terra, e os relatos que transmitem devem ser acolhidos como opiniões pessoais, nunca como verdades reveladas.