O Projeto Tamar foi criado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA, à época, IBDF, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal). Hoje, é considerado um dos melhores projetos para proteção da fauna. Uma das principais características do Tamar – Tartaruga Marinha – é o envolvimento da população local nas ações de defesa: em lugar de caçadores destes animais, os habitantes gradualmente se transformaram em defensores.
Das sete espécies de tartarugas marinhas catalogadas, cinco sobem regularmente à costa brasileira na época da desova: cabeçuda, de pente, verde, oliva e gigante ou de couro. Todas elas ainda estão consideradas em perigo de extinção. Os machos nunca retornam à terra firme.
Pesquisa, manejo e conservação são as atividades do projeto Tamar, que protege 1.100 quilômetros de praias, através de 23 bases em áreas de desova, crescimento, alimentação e descanso dos animais. As bases estão espalhadas em nove estados brasileiros – Bahia, Sergipe, Pernambuco (Fernando de Noronha), Rio Grande do Norte (Atol das Rocas), Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina – e localizam-se na costa e nas ilhas oceânicas.
O nome oficial do projeto é Programa Brasileiro de Conservação das Tartarugas Marinhas. A abreviação Tamar tem uma origem curiosa: era necessária a adoção de um nome pequeno para ser gravado nas placas de metal utilizadas na identificação das pequenas tartarugas nascidas nas praias, necessárias para estudos de biometria, monitoramento de rotas migratórias, etc. Atualmente, o projeto Tamar é vinculado à diretoria de Biodiversidade do Instituto Chico Mendes, órgão do Ministério do Meio Ambiente.
O projeto é coadministrado pela Fundação Centro Brasileiro de Proteção e Pesquisa das Tartarugas Marinhas – Fundação Pró-Tamar órgão não governamental fundado em 1988. A fundação é responsável pelas atividades administrativas, técnicas e científicas, pela captação de recursos junto à iniciativa privada e pela gestão do programa de autossustentação.
As principais fontes de sustentação do Tamar
O Tamar tem o patrocínio nacional da Petrobrás, apoios e patrocínios de governos estaduais e municipais, empresas nacionais e internacionais e organizações não governamentais. O envolvimento com as populações onde mantém suas bases é considerado fundamental para o êxito do projeto.
O Tamar conta com o apoio de pescadores, que interagem diretamente com as tartarugas, populações costeiras, que ajudam a cuidar dos ninhos e filhotes, empresas e instituições, que apoiam financeiramente, consumidores dos produtos que geram serviços nas comunidades e também financiam as atividades do Tamar, turistas que visitam as bases e valorizam as áreas naturais, contribuindo para que os próprios moradores locais descubram valores ambientais que desconheciam e dos governantes, que devem apoiar programas de conservação que signifiquem compromisso com a melhoria de qualidade de vida para as gerações futuras.
Os centros de visitação
O Tamar permite que turistas visitem algumas bases e acompanhem as atividades desenvolvidas pelos técnicos junto às tartarugas marinhas. Os visitantes podem acompanhar os tratamentos veterinários e, em alguns casos, acompanhar a desova e eclosão e proteger os filhotes na sua corrida em direção ao mar.
Os centros de visitação estão localizados em Arembepe e Praia do Forte (BA), Almofala (CE), Guriri, Regência e Comboios (ES), Fernando de Noronha (PE), Florianópolis (SC), Aracaju e Pirambu (SE) e Ubatuba (SP). Nestes locais, há lojas de roupas e acessórios com motivos de tartarugas: a renda é integralmente revertida ao Tamar.
Para quem está longe, o Tomar mantém rádio e TV, com vídeos sobre as atividades e músicas de inspiração ecológica. O site infantil souamigodomar.com.br oferece informações divertidas sobre a vida marinha.