Michel de Notredame, mais conhecido pela forma latinizada do nome – Nostradamus –, foi um médico e alquimista francês nascido em 1503. Ele é o autor de “As Profecias”, que dividiu a população local. Alguns o consideraram herege, pactuado com o Diabo. Outros, impressionados, acreditaram nos supostos poderes premonitórios.
O vidente chamou a atenção da rainha Catarina de Médicis (mulher de Henrique II), que o convidou para hospedar-se na corte, em Paris. Nostradamus manteve contato direto (e forte influência) com três reis franceses; além de Henrique, seus filhos e sucessores: Francisco II e Carlos IX. Depois de gozar de grande prestígio na corte, retornou para o interior, onde morreu aos 66 anos.
Ele teria previsto a própria morte. Na véspera, disse ao secretário Jean de Chavigny: “Você não me achará vivo ao amanhecer”.
Efetivamente, no dia seguinte, foi encontrado morto, caído em seu quarto de dormir, perto da cama. Nostradamus nunca foi incomodado pelas autoridades da Igreja.
Previsões de Nostradamus
“As Profecias” foram compostas em quadras (estrofes de quatro versos), organizadas em blocos de cem centúrias. Aparentemente, o trabalho, dividido em dez livros, apresenta previsões para os dez séculos subsequentes. Portanto, entre os séculos XVI e XXV.
Até hoje, muitas pessoas acreditam que as profecias de Nostradamus, um misto de astrologia e magia, se referem a acontecimentos que marcarão o fim dos tempos. Alguns grupos consideram que estes tempos são chegados e muitas profecias devem ser cumpridas nos próximos anos – algumas delas, ainda em 2015. Estudiosos das centúrias acreditam que muitas delas se encaixam perfeitamente nos acontecimentos da atualidade.
Pânico na economia
Ninguém pode ignorar que a crise financeira internacional de 2008 afetou seriamente praticamente todos os setores da economia. Depois de resistir bravamente, para surpresa de muitos analistas, o Brasil parece ter se rendido às desventuras mundiais: a inflação aumenta e, a cada nova previsão, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é achatado cada vez mais.
Na quarta reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária) aumentou a taxa básica de juros da economia em 0,50%, elevando-a para 12,75% ao ano. Com isto, o Brasil voltou a ser “campeão mundial” de juros reais. Enquanto isto, apesar de alguns sinais tímidos, EUA e Europa lutam para superar os efeitos da crise, que já se arrasta por sete anos.
Nostradamus profetizou: “Os ricos morrerão muitas vezes”. Alguns intérpretes entendem que uma nova crise, ainda mais impactante, está a caminho e irá se deflagrar em breve. Os mais catastrofistas afirmam que os trágicos resultados dificilmente conseguirão ser superados, haverá muitas falências e quedas de governos. Instabilidade à vista.
Aquecimento global
O vidente francês afirmou: “O Céu irá se abrir e os campos serão queimados pelo calor”. E, em outro trecho, “Durante 40 anos, não se verá o arco-íris; durante 40 anos, de verá diariamente”. Apesar das infindáveis discussões no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), o aquecimento global parece ser uma realidade já instalada entre nós.
“Ano”, citado no segundo verso, deve ser traduzido por “dia”. Pode ter havido confusão dos tradutores entre os termos “jour” (dia, em francês) e “jahr” (ano, em alemão, pronunciado à época como ior). Só para recapitular, o arco-íris se forma depois das chuvas. É o reflexo da luz do Sol nas últimas gotas suspensas na atmosfera.
Secas, enchentes, elevação do nível dos mares, extinção de espécies vegetais e animais, degelo das calotas polares, parecem indicar que a temperatura do planeta está em elevação, com consequências imprevisíveis. No Brasil, porém, a inabilidade técnica e política dos governos parece estar dando uma mãozinha para as calamidades climáticas que se aproximam.
Abrem-se as portas do inferno
“Na era do milênio, quando não houver mais espaço no abismo, os mortos irão deixar as suas sepulturas”. Curiosamente, o livro bíblico do Apocalipse que narra a batalha entre o bem e o mal também faz referências à abertura dos portões do inferno no final dos tempos, “quando haverá o julgamento dos vivos e dos mortos”. Por sorte, o apóstolo São Paulo garante que “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”. O mundo vai acabar, mas ao menos teremos alguns bons aliados nestes últimos momentos, que estão marcados para os dias atuais, garantem os futurólogos.
Por outro lado, medicina e tecnologia irão se aliar para prolongar a expectativa e melhorar consideravelmente a qualidade de vida, o que realmente está ocorrendo. Nostradamus garante que será comum a convivência com anciãos de 180 ou 200 anos. Mas esta profecia só será realizada se o fim do mundo for adiado, claro.
Nas praias de Nevada
Nevada é um Estado desértico dos EUA (índice pluviométrico de 200 a 600 ml anuais, dependendo da região), sem saída para o mar. Ele vizinho da exuberante Califórnia, o Estado mais rico e populoso do país. Pois bem: Nostradamus teria previsto para os nossos tempos dois cataclismas muito temidos por cientistas do mundo todo.
O primeiro é um terremoto de grande magnitude, que varrerá a costa oeste americana. Realmente, está previsto um abalado sísmico batizado de Big One (O Grandão), mas “sine die”: pode ocorrer hoje ou daqui a cem anos.
Sismólogos garantem que as probabilidades de parte da Califórnia afundar no mar são praticamente nulas, mas haverá um rearranjo topográfico. Por exemplo, San Francisco e Los Angeles, distantes 650 quilômetros atualmente, irão se tornar praticamente vizinhas.
O problema, porém, é que Nostradamus outros fenômenos acompanhando o sismo – mais intenso do que aquele que destruiu San Francisco no início do século XX (que atingiu 8.0 na Escala Richter), matando milhares de pessoas em poucos segundos. O Big One viria acompanhado de erupções vulcânicas mortais e, com relação a terremotos e erupções, por enquanto, a ciência tem muito pouco a fazer.
Mais tragédias
No primeiro século da Era Cristã, as cidades romanas de Pompeia e Herculanum foram soterradas por uma tremenda explosão do monte Vesúvio, um vulcão situado no sul da Itália. Estudos arqueológicos indicam que houve ao menos três erupções anteriores na região, que era densamente habitada e só foi redescoberta no século XVIII.
Nostradamus previu uma nova tragédia de grandes dimensões e os estudiosos afirmam que ela deve ocorrer entre o final de 2015 e início de 2016. Todo o sul da península Itálica permanecerá na mais completa escuridão e as cinzas devem se espalhar ao menos pelo continente europeu, norte da África e Turquia. Tomara que os esotéricos estejam errados.
Boas notícias
Em meio a tantas novidades ruins, Nostradamus tem ao menos duas surpresas para presentear a humanidade deste final dos tempos – além do fato de, depois do julgamento, os bons (vivos e mortos) conhecerão uma era de prosperidade sem precedentes e total ausência de dor ou privações (ao menos, é o que acreditam os cristãos).
A primeira é uma espécie de inversão da Torre de Babel. No livro bíblico da Gênese, há a narração de que os homens decidiram fazer uma torre tão alta que atingisse os céus. Para confundi-los, Deus criou os idiomas e, desta maneira, os grupos de operários não conseguiam se entender. A obra, que estaria situada na Babilônia, foi abandonada.
Nostradamus, porém, garante que, nos próximos tempos, todos os povos se unirão em um mesmo idioma. Será o fim das traduções (e seus equívocos), das legendas nos filmes estrangeiros e, infelizmente para os donos de escolas, dos cursos de línguas. A maioria da humanidade, entretanto, agradece esta providência. O mago não explicou como isto será possível.
Um idioma comum a toda a humanidade (como o esperanto, criado em 1887 pelo filologista polonês Lázaro Zamenhof, que não gerou muito interesse à época) seria um grande avanço. Outra profecia otimista, porém, parece pouco possível.
Nostradamus previu: “As pessoas irão se recusar a pagar impostos ao rei”. Para algumas interpretações, isto significa o rebelião contra os reis absolutistas dos séculos XVII e XVIII. Para outras, é o início do fim da obrigatoriedade do pagamento. Para nós, brasileiros, que precisamos trabalhar cinco meses apenas para dar conta da carga tributária, isto parece um sonho impossível.
Providência insistente
Caso as enchentes, secas, elevação dos mares, terremotos e erupções vulcânicas não deem conta de escrever o último capítulo da nossa terra mãe, Nostradamus mostrou que a Providência não pode falhar. Pode se atrasar, mas não comete erros. A contagem pode se tornar um pouco mais lenta, mas não será suspensa.
Em 2002, cientistas ingleses encontraram um asteroide de dois quilômetros de extensão encontrava-se em rota de colisão com a Terra. O astro errante foi batizado de 2002 NT7 e o impacto poderia destruir um continente inteiro, além de impedir a passagem da luz solar, em todo o planeta, por décadas, talvez séculos. O fenômeno astronômico foi previsto por Nostradamus e está sendo monitorado por astrofísicos do mundo todo. O prazo é um pouco maior: o visitante deverá chegar em 2019.
E você, acredita nas profecias de Nostradamus?