As modelos são magras e altas para que as roupas fiquem mais bonitas. Essa jogada é uma espécie de propaganda. As mulheres magras passam a ilusão de que a roupa deixará as clientes do mesmo modo. Outras teorias dizem que as fotografias tiradas em desfiles deixam as modelos mais cheinhas, o que é discutível, já que dependendo do ângulo, pode deixa-las mais magras também.
Mas não é só a aparência que conta. O padrão tem quesitos práticos: os estilistas sabem o tipo de corpo que vão trabalhar. Imagine o trabalho que os eles teriam criando um tipo de roupa para cada manequim. Por isso todas as peças têm o mesmo número num desfile.
Tabus da Moda
Entre um desfile e outro sempre correm notícias, pesquisas, enquetes e conversas sobre a influência do padrão de modelos das passarelas na vida de adolescentes. Um problema muito visto atualmente é o distúrbio alimentar de garotas e garotos jovens em busca de um corpo perfeito e bem aceito socialmente. Até mesmo algumas das próprias modelos apresentam sinais de desnutrição e magreza excessiva.
A situação nas passarelas está ficando tão surpreendente que os manequins 36 “dançam” em muitas modelos. Alguns estilistas até mudaram sua forma de preparar um desfile. O estilista Marcelo Sommer usou amigos ao invés de modelos em uma de suas apresentações. Na Neon o padrão das modelos é muito diferente dos convencionais.
Para os desfiles eles procuram diversidade, mulheres mais velhas (inclusive as de 40 anos), e acham que um corpo sem vida não é apreciável. Além disso as muito magras apresentam pele e cabelo desnutridos.
Genética das Passarelas
É claro que nem todas as modelos são cabides ambulantes, e pelo que se sabe agora, não são as grandes vilãs dos problemas alimentares em adolescentes. Uma pesquisa feita na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) mostra que as top models não são magras porque não podem comer, e vivem às voltas com exercícios, mas sim por questões genéticas, ao menos grande parte delas.
No estudo foram analisadas 203 garotas modelos, e mais 50 jovens que não eram modelos. Elas foram pesadas, medidas, e examinadas acerca do índice de massa corporal e gordura, além da massa magra, constituída por ossos e músculos.
O resultado mostrou que quase 90% das garotas não eram desnutridas, apesar de ter índice de massa corporal normal ou baixo, mas a quantidade de gordura era normal. Apenas 12% tinham percentual de gordura abaixo do normal, apresentando risco de desnutrição.