No início do século XX, foi descoberto o nono planeta do Sistema Solar: Plutão. Mas a 26ª assembleia geral da Associação Astronômica Internacional, em que se reuniram mais de dois mil astrônomos, pôs um ponto final na história. Plutão passou a ser um planetoide, junto com Ceres e Xena, que alguns cientistas pretendiam elevar ao status de planeta.
Xena, que é maior que Plutão, ocuparia a décima posição no nosso sistema, enquanto Ceres fica entre Marte e Júpiter. Os dois, também considerados planetas anões, situam-se em cinturões de asteroides. Estima-se que haja de centenas de planetas anões.
O principal argumento para o rebaixamento de Plutão não foi a sua massa (que é menor do que a nossa Lua), mas a órbita que descreve em torno do Sol. Para ser considerado planeta, o astro deve ser a principal massa em sua trajetória, e a órbita de Plutão intercepta a de Netuno, que é muito maior. Portanto, Plutão está na faixa de Netuno.
Pela definição da UAI, um planeta é um corpo celeste que gira em torno de uma estrela, com massa suficiente para atrair toda matéria que tenha existido em sua órbita e que tenha assumido equilíbrio hidrostático (forma quase esférica). Plutão não “limpou” a sua órbita. Alguns astrônomos criticam esta definição, porque a Terra sempre encontra asteroides na sua trajetória.
Plutão foi descoberto em 1930 e sempre foi um enigma para os astrônomos. Pequeno, denso e rochoso, como os planetas internos (de Mercúrio a Marte), o planetoide parece ter se formado noutro ponto do universo e posteriormente atraído pelo Sol, já que ele não apresenta a estrutura gasosa comum aos planetas externos (de Júpiter e Netuno).
A órbita de Plutão é irregular. Enquanto os oito planetas orbitam numa trajetória quase horizontal ao Sol, Plutão apresenta uma inclinação de 17°. Por fim, Caronte, uma de suas luas, tem cerca de metade da sua massa, o que determina um sistema binário. A outra lua é Cérbero, apenas um rochedo.
Na mitologia Greco-romana, Plutão é o deus do inferno (ele não é ruim, apenas guarda o reino subterrâneo, que lhe coube na partilha com os irmãos Júpiter, que ficou com o céu, e Netuno, que ficou com os mares). Com exceção dos grandes heróis, todos os mortos iam para o inferno, que reunia lugares aprazíveis e outros de castigo. Caronte é o barqueiro que atravessa as almas pelo rio Estige, que isola o reino das profundezas, e Cérbero é um cão de três cabeças que guardava o portão, mas foi caçado por Hércules.