Pitbulls e rottweilers são responsáveis por 60% das mortes provocadas por cães. Outras raças citadas, quando se trata de violência, são o pastor alemão (pode ser muito agressivo com pessoas estranhas), husky siberiano (seu forte não é socializar com humanos), são bernardo (é manso, mas, como seu peso pode chegar a 90 quilos, ele pode provocar acidentes involuntários), great dane (o maior cachorro do mundo; portanto, intimida qualquer um), doberman pinscher (são bastante agressivos, mas a personalidade varia de acordo com o treinamento e a camaradagem com os donos), chow chow (apesar de parecerem fofos, são extremamente territorialistas), malamute (é o cão mais parecido com seu ancestral, o lobo, não apenas na aparência, mas também na ferocidade) e presa canário (é uma raça dócil, mas muito desconfiada com estranhos).
O nome completo da raça é american pitbull terrier. Ela foi desenvolvida especialmente para participar de lutas, a partir de cruzamentos entre buldogues ingleses, staffordshire terriers e outras raças de terriers, famosos pela habilidade na caça.
Eles são considerados os melhores cães de combate, capazes de vencer oponentes de porte bem maior. Os pitbulls se caracterizam pela coragem, agilidade, persistência, resistência física e tolerância à dor, além de grande capacidade de recuperação dos ferimentos. No Brasil, no entanto, é proibida qualquer forma de luta entre cães – e qualquer outro animal.
As características dos pitbulls
Pitbulls são cães de porte médio, pelo assentado ao corpo, brilhante e áspero ao toque e musculatura atlética bem definida. O tronco é mais longo do que alto e as fêmeas da raça podem apresentar troncos ainda mais longos. Eles têm cabeça de porte médio, crânio chato e focinho largo, que pode ser rosa ou preto.
As orelhas são pequenas, com inserção alta. A cauda é curta, mais grossa na raiz, de inserção baixa. O padrão da raça não especifica cores para os pitbulls: cães de cores sólidas, bicolores e fumaça branca ou preta (com pelos de uma cor na raiz e outra na extremidade) podem obter pedigree, desde que o proprietário comprove a ascendência.
Os machos pesam entre 15 kg e 27 kg. As fêmeas são ligeiramente mais leves, com peso entre 13 kg e 22 kg. Os pitbulls são extremamente animados e, se o dono escolher cães mais dóceis no canil e aplicar treinamento adequado, tornam-se excelentes animais para companhia. Um detalhe: eles adoram conviver com crianças.
O incentivo à agressividade e ao combate não é recomendado por nenhuma entidade cinológica brasileira. Eles podem ser adestrados para participação em eventos (como as competições de agility), em função da sua inteligência e disposição para o trabalho.
Os vilões da história
Os pitbulls ganharam a fama de serem cães do mal por causa de seu alto grau de territorialismo e de sua alta capacidade de escapar dos mais altos muros. Cães da raça conseguem escalar muros de mais de três metros e, uma vez na rua, desconhecem que deixaram a propriedade e podem atacar qualquer transeunte, provocando sérios danos.
Muitos proprietários irresponsáveis encorajam o temperamento feroz dos pitbulls, transformando-os em “máquinas de matar”. Vale lembrar, no entanto, que outras raças já foram caracterizadas como as mais violentas, como o doberman e o simpático buldogue inglês, raça criada para competir em arenas com touros. O pacato e medroso old english sheepdog foi criado para atacar até mesmo ursos que ameaçavam os bandos de carneiros da Inglaterra.
A raça desperta sentimentos opostos nas pessoas. Algumas chegam a atravessar a rua quando avistam um pitbull. Por lei, estes cães devem ser conduzidos, durante passeios, com guia e focinheira, mas a fiscalização é quase inexistente.
Os donos de pitbulls afirmam que eles são os seres mais amorosos que existem, mas, mesmo os apaixonados por cães veem a raça com “uma pulga atrás da orelha” e preferem se manter a uma distância segura.
A grande maioria dos pitbulls apresenta bom relacionamento com seres humanos e outros animais domésticos. Canis mais responsáveis costumam esterilizar os filhotes que exibem temperamento violento e fazer os cruzamentos encontrando padreadores (machos) e matrizes (fêmeas) com um comportamento mais dócil.
O treinamento faz toda a diferença. Qualquer cão forte precisa ser incentivado quando apresenta comportamento adequado e ter os limites muito bem definidos. Um pitbull precisa saber o que pode ou não fazer, em casa ou na rua. Passear, no entanto, é extremamente importante: os cães devem encontrar pessoas estranhas e entender que elas não representam um risco para a sua família.
A má fama dos pitbulls vem dos seus ataques certeiros. Sendo animais fortes, determinados e ágeis, seus ataques são precisos e é muito difícil contê-los em momentos de fúria. A imprensa faz um estardalhaço a cada novo caso e a população em geral se apavora com os cães do mal. É interessante notar que ataques de outras raças, e mesmo de vira-latas, encontram repercussão bem menor na mídia.
Como já foi dito, pitbulls são cães de companhia. Veterinários não recomendam o treinamento para guarda, porque eles naturalmente irão atacar qualquer invasor e não conseguirão diferenciar ladrões de convidados para a casa.
Casas com filhos pequenos podem ter pitbulls sem problemas, mas o treinamento deve ter início ainda quando são filhotes e o comportamento dos cães deve ser vigiado com proximidade. Com o método de recompensa, os pitbulls se tornam grandes amigos das crianças.
Pitbulls não são para qualquer criador. Raças de porte médio e grande podem atacar outros animais e os moradores da casa, gerando sofrimento. Quem não tem dinheiro, tempo e disponibilidade para adestrar os cães precisa dar preferência aos de pequeno porte (que também mordem, mas sem grandes consequências).
Cães descendem dos lobos, animais selvagens, perigosos, naturalmente agressivos e territorialistas. Em qualquer região onde haja alcateias, os lobos ocupam o topo da cadeia alimentar. Os cães convivem conosco há no mínimo 20 mil anos, mas mantêm seus instintos primários, apesar de serem considerados os animais mais próximos do homem – ou seus melhores amigos.
Todos os pitbulls necessitam de um adestrador. Mas a educação dos animais não cessa com a contratação de um especialista. Os donos precisam reforçar constantemente as boas atitudes e praticar as lições do profissional diariamente.