Você sabe exatamente para que servem os agrotóxicos? Leia e conheça um pouco mais sobre essas substâncias.
Os agrotóxicos são substâncias químicas para o controle de pragas que atacam plantações e comprometem a produção agrícola. São produtos específicos, utilizados para exterminar insetos, moluscos, ácaros, roedores, fungos, bactérias e ervas daninhas. Estas pragas prejudicam não apenas a agricultura, mas também a saúde de quem inadvertidamente consumi-las juntamente com os vegetais.
Entre os agrotóxicos, também se incluem os desfolhantes, dessecantes e fitorreguladores (produtos destinados a acelerar o crescimento vegetal). O estoque dos agrotóxicos é motivo de muitos cuidados por parte dos agricultores, já que a estocagem e uso inadequados podem comprometer a qualidade dos vegetais, contaminar o solo, rios e fontes d’água subterrâneas.
A legislação para o uso dos agrotóxicos é bastante severa em alguns países, mas é ponto pacífico que a produção em alta escala de alimentos não pode prescindir do uso dos defensivos agrícolas. Os primeiros produtos eram organoclorados, o que gerou uma série de problemas de saúde.
O BHC, um defensivo organoclorado, foi aplicado a partir dos anos 1950. Recentemente, descobriu-se que os princípios ativos do produto permanecem na região aplicada (e no organismo de quem consumiu os alimentos) por mais de 30 anos. O DDT, inseticida organoclorado, também esteve presente no mercado durante décadas, chegando a ser indicado para matar piolhos (sendo aplicado diretamente na cabeça). Na maioria dos países, os dois organoclorados não são permitidos, nem a importação de produtos vindos de regiões que autorizam a utilização.
A venda de agrotóxicos no Brasil exige muitos controles. As empresas que comercializam os produtos precisam ter biólogos e outros especialistas pra orientarem os clientes. Os produtos só podem ser comprados dois meses antes da época de utilização (os defensivos são aplicados especificamente em determinada fase do crescimento da planta, cujo plantio respeita um calendário fixo). As indústrias não podem vender produtos para regiões em que seu uso é inadequado ou não recomendado.
Ambientalistas defendem o uso mais restrito dos agrotóxicos e a concessão de subsídios para a agricultura orgânica. Entretanto, a legislação é rigorosa: é preciso ser racional e entender que basta a fiscalização rigorosa da atuação das revendas e dos gestores do agronegócio, o que não vem acontecendo, uma vez que pesquisas apontam que 28% dos vegetais que chegam à mesa do brasileiro apresentam níveis elevados de defensivos.
Alguns pontos de venda oferecem produtos vegetais produzidos sem agrotóxicos, mas como a produção é reduzida, os preços são bem mais altos que os de seus correspondentes produzidos com o uso de defensivos. Uma rápida pesquisa de preços revelou que o quilo do café orgânico chega a ser três vezes mais caro do que as marcas mais vendidas.