A Índia é um caleidoscópio cultural repleto de mistérios. O vale do Indo, no oeste do país, apresenta ruínas arqueológicas datadas de 4.500 anos. Rota comercial entre persas e chineses, berço de quatro religiões: Budismo, Jainismo, Sikhismo e Hinduísmo, ainda abriga cristãos, muçulmanos, judeus e zoroastristas.
A entrada na Índia é pela sua capital, Nova Déli, o que pode atordoar os turistas. Carros, ônibus e riquixás surgem de todos os lados e, às vezes, manadas de vacas, consideradas sagradas pelos hinduístas (80% da população), cruzam as ruas lentamente, enquanto todos esperam que elas se afastem. Enquanto isto, todos buzinam.
Mas vale a pena. A capital foi construída no fim do século XIX, contígua à cidade de Déli, fundada no século XII. O contraste entre o antigo e o novo são ressaltados nesta convivência. Para visitar a cidade, prefira o metrô. Não deixe de visitar a Torre Qutb Minar, construída em 1193, em cujos arredores situam-se ruínas das quatro das oito cidades fundadas na mesma região, em períodos diferentes.
O centro histórico é um labirinto de becos, bazares e mercados, que exalam aromas de especiarias. Subitamente, abre-se uma ampla esplanada, que abriga a Mesquita da Sexta-Feira, a maior da Índia, erigida por Shah Jahan. O Mausoléu de Humayun, considerado patrimônio da humanidade pela UNESCO, também merece uma visita.
De Nova Déli, os destinos são os mais variados. Para quem está na Índia, seguir para Agra é um programa imperdível. Nesta cidade, está o Taj Mahal, túmulo monumental construído no século XVII, pelo príncipe Shah Jahan, em homenagem a uma de suas esposas. O Forte de Agra também impressiona: construído no século XVI, ocupa 380 mil metros quadrados. A torre, em forma de octógono, permite a visão do mausoléu. O forte alia elementos hindus e islâmicos.
Mumbai, Calcutá e Bangalore merecem ao menos um giro rápido. Com a Índia é muito grande (sétimo país do mundo em extensão), as distâncias são imensas. Os deslocamentos de trem são ideais, já que abrem paisagens indescritíveis nos trajetos.
O norte da Índia, delineado pelo Himalaia, é o roteiro dos alternativos e ecoturistas. Mesmo quem não quer aventurar-se a escalar algumas das montanhas mais altas do mundo, o local pode ser explorado com ajuda de guias, com diferentes níveis de dificuldade. Ao pé dos montes, são encontrados grupos de peregrinos hinduístas, sikhs e jainistas, executando complexos rituais religiosos.
É preciso visto de entrada para visitar a Índia. No norte do país, o clima é quente e seco de novembro a março; o centro é árido, mas ventos de monção oferecem algum refresco entre julho e setembro; no sul, chuvas torrenciais de março a setembro complicam os deslocamentos.