Atletas brasileiros se destacaram nas mais diversas modalidades esportivas, na água, pistas, quadras e campos. Temos campeões mundiais, olímpicos e pan-americanos em diversos esportes, o que torna difícil relacionar os melhores. No entanto, com alguns critérios objetivos, podemos fazer uma relação.
Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, mineiro de Três Corações, é tricampeão mundial de futebol (copas de 1958, 1962 e 1970), bicampeão da Libertadores da América e do Mundial Interclubes pelo Santos F.C. (1962 e 1963), além de títulos paulistas, brasileiros- e sul-americanos.
Pelé marcou mais de 1.200 gols e inspirou o poeta Carlos Drummond de Andrade, que afirmou: “marcar mil gols, como Pelé, não é tão difícil. Mas marcar um gol, como Pelé, é”. Em 1981, foi eleito o “atleta do século” pela FIFA, desbancando definitivamente o argentino Diego Maradona.
Por questões de memória afetiva, o segundo da lista é Ayrton Senna. Aliás, cresci vendo Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Senna dando verdadeiros shows nas pistas de Fórmula 1 pelo mundo afora. Mas Senna tinha um brilho especial. Corria com raça, com raiva, com gana. Foi campeão mundial em 1988, 1990 e 1991 e certamente teria sido muitas outras vezes, não fosse o acidente em que perdeu a vida, em Ímola (Itália), durante a corrida de San Marino de 1994.
Não importa que o argentino Juan Manuel Fangio e o alemão Michael Schumacher tenham conquistado mais títulos: Senna é o melhor. Prova disto é uma votação feita pela revista inglesa Autosport, em 2007, com mais de 200 pilotos. O brasileiro ficou em 1º lugar.
Robert Scheidt merece ser lembrado. Foi 11 vezes campeão mundial de vela (oito vezes na classe laser e três vezes na classe star) e é bicampeão olímpico (2000 e 2004, além de um ouro no Pan de Mar del Plata, Argentina, em 1995, uma prata em Atlanta 1996, um bronze em Londres 2012), sem contar os títulos brasileiros e sul-americanos.
Gustavo Kuerten, o Guga, revelou seu talento aos dez anos, ao vencer um campeonato estadual infantil. Mas mesmo acumulando títulos catarinenses (seu Estado natal) e brasileiros, era difícil imaginar um brasileiro campeão mundial de tênis. Muito menos tricampeão de Roland Garros (França), pentacampeão de torneios Master Series (eu reúnem os principais circuitos de tênis do mundo) e campeão da Masters Cup, deixando para trás os maiores tenistas do mundo.
Antes de Guga, só tínhamos tido grandes alegrias com o tênis com Maria Esther do Mundo, nº 1 do mundo em 1959, 1960 e 1964, e vencedora de 19 torneios do Grand Slam.
Adhemar Ferreira da Silva foi o primeiro bicampeão olímpico brasileiro: conquistou o ouro no salto triplo dos Jogos de Helsinque (Finlândia, 1952) e Melbourne (Austrália, 1956). Foi dez vezes campeão brasileiro, conquistou cinco ouros em campeonatos sul-americanos e três pan-americanos. Dizia que começou a praticar o esporte porque ouviu a palavra “atleta” e gostou da sonoridade. Adhemar defendeu o São Paulo F.C.
São muitos os atletas que honraram o verde-amarelo. Hugo Hoyama só falta fazer chover no tênis de mesa. Cesar Cielo, Tiago Pereira, Joana Maranhão, Fernando Scherer e outros arrasam nas piscinas. No futebol, de Leônidas da Silva a Neymar, é um número quase incalculável de jogadores que brilharam nos campos. O vôlei é mais um esporte que nos deixa mal-acostumados desde Bernard & Cia. Este artigo é apenas uma pequena amostra.