No Brasil, a legislação sobre cursos de graduação tecnológica surgiu em 1946, mas por muitos anos a proposta ficou apenas no papel. A primeira turma foi formada em 1969, pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo, na área de construção civil, com habilitações em Edifícios, Hidráulica e Pavimentação.
A definição atual das diversas profissões dos tecnólogos foi estabelecida por um decreto de 1997, baseado na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que alterou a estrutura dos cursos de graduação.
São cursos de nível superior geralmente de curta duração, entre quatro e seis semestres, em contraposição às carreiras de bacharelado e licenciatura, cursadas de oito a dez semestres. O foco é específico: enquanto um bacharel em Administração recebe uma formação generalista, os cursos de graduação tecnológica da área preparam profissionais para atuar em marketing, recursos humanos, logística, administração financeira, etc.
Os cursos clássicos de nível superior apresentam um panorama amplo, oferecendo informações sobre a história da carreira e disciplinas correlacionadas, enquanto os tecnológicos se limitam às questões práticas. Portanto, são indicados para quem quer se profissionalizar rapidamente. Estudos com raciocínio mais analítico se beneficiam ao cursar os bacharelados tradicionais.
No entanto, todos os cursos de nível superior – tecnológicos, bacharelados ou licenciaturas – permitem a continuidade dos estudos em especializações e pós-graduações lato e stricto sensu. Da mesma forma, os concursos públicos que exigem o 3º grau permitem a inscrição de tecnólogos. Os certificados de conclusão têm validade em todo o território nacional.
Mesmo assim, os cursos tecnológicos, ao contrário dos cursos técnicos (de nível médio), oferecem base teórica para seus alunos, ao lado dos conhecimentos práticos. Os graduados se tornam profissionais com formação para a produção, gestão de processos e também para a inovação técnica e científica em sua área de atuação. O custo destes cursos é bem inferior: cerca de um terço do total pago num bacharelado tradicional.
Estes cursos são indicados também para quem atua em determinado setor e precisa se especializar para obter novas oportunidades na carreira. É o caso, por exemplo, de um empregado no Departamento de Pessoal de uma empresa, que pode cursar Recursos Humanos e assim se candidatar a salários mais atraentes.
O Ministério da Educação (MEC) relaciona 112 cursos de graduação tecnológica no país, oferecidos por instituições públicas e privadas nas modalidades presencial e semipresencial, divididos em 13 eixos tecnológicos: Ambiente e Saúde (gestão ambiental, radiologia), Controle e Processos Industriais (automação, eletrônica), Desenvolvimento Educacional e Social (biblioteca, ludoteca, alimentação escolar), Gestão e Negócios (marketing, comércio exterior), Hospitalidade e Lazer (eventos, gastronomia), Informação e Comunicação (análise de sistemas, jogos digitais), Infraestrutura (agrimensura, gestão portuária), Militar (gerenciamento de tráfego aéreo, sistemas de armas), Produção Alimentícia (agroindústria, produção de cachaça), Produção Cultural e Design (design de interiores, design de moda), Produção Industrial (petróleo e gás, produção moveleira), Recursos Naturais (aquicultura, horticultura) e Segurança (segurança no trabalho, serviços penais). De acordo com o MEC, 230 mil alunos estão matriculados em cursos tecnológicos no país. São 140 faculdades públicas em todo o Brasil.
Alguns dos cursos relacionados são oferecidos também em nível de bacharelado. A relação completa das graduações tecnológicas pode ser consultada no Catálogo Nacional dos Cursos técnicos, disponível no site do MEC: www.pronatec.mec.gov.br/cnct.
Antes de prestar o vestibular, é importante verificar se a faculdade é reconhecida, consultando o site do MEC ou das secretarias estaduais de educação, e visitar a instituição para conhecer as instalações (bibliotecas, laboratórios, etc.). Algumas faculdades oferecem o bacharelado com a opção de obtenção da graduação tecnológica na conclusão do segundo ano do curso.