A prática de exercícios aquáticos tem ganhado cada vez mais adeptos, por várias razões. A primeira delas é a eliminação do suor e a redução do cansaço: o Brasil é um país tropical, com Sol e calor durante quase todo o ano – em algumas regiões, no ano inteiro. Este é apenas o primeiro dos benefícios dos exercícios na água.
O treinamento esportivo e a ginástica na água oferecem menos impacto às articulações, sempre muito exigidas nos exercícios. O motivo é que a ação da gravidade é reduzida no meio líquido. Além de ser uma forma de prevenção, é também uma técnica de tratamento para traumas e desgastes nos cotovelos, joelhos e calcanhares e para quem tem problemas como artrite e artrose.
Quando a água está no nível dos ombros, é como se o peso do corpo diminuísse em 90%, o que significa menor sobrecarga para braços e pernas, e isto torna os exercícios na água também indicados para pessoas obesas e com sobrepeso, que apresentam maior dificuldade nos exercícios no solo. A prática aparentemente mais leve é um estímulo extra, já que a maioria das pessoas que está com uns quilinhos extras tende ao sedentarismo. Uma hora na água pode queimar entre 250 e 700 calorias.
Mas engana-se quem pensa que os treinos aquáticos são light: apesar da aparente fluidez, a água exerce pressão e resistência consideráveis sobre os músculos, trabalhando todos os grupos. É como uma malhação simultânea, em lugar de trabalhar o peitoral, abdômen, costas e membros em séries individuais.
Para quem sofre com desvios na coluna (como escoliose, lordose e cifose), a combinação de natação e exercícios de correção postural apresenta excelentes resultados. Treinar dentro d’água ajuda a restaurar o equilíbrio e a estabilidade do centro corporal.
Especialmente em piscinas aquecidas, a água leva ao relaxamento, por funcionar como um massageador e por dilatar os vasos sanguíneos e melhorar a circulação, o que traz um bônus: maior quantidade de oxigênio para as células executarem suas tarefas. O efeito relaxante faz com que os exercícios na água contribuam para reduzir os efeitos do estresse, ansiedade e depressão.
Por melhorar a frequência cardiorrespiratória, os exercícios na água trazem benefícios a pessoas com problemas de asma, bronquite e hipertensão arterial.
Para as crianças
A piscina é uma atividade lúdica por excelência: é possível nadar, boiar, praticar jogos e exercícios. Estes são bons momentos para os pequenos aprenderem a compartilhar e socializar-se com os colegas. A água apresenta outros benefícios: autoconhecimento corporal e autoconfiança: ao superar o medo dos mergulhos, a criança automaticamente transfere esta autonomia para outras atividades que desenvolve.
O menor esforço para determinadas tarefas – como contrair e relaxar músculos – permite que a criança explore outras habilidades que possui, ampliando seu potencial. A identidade psicossocial e a alteridade vão sendo desenvolvidas desde muito cedo.
Não há idade mínima: até bebês podem participar. A prática aquática para crianças de menos de um ano melhora a coordenação motora, que é sempre acompanhada por uma desinibição psicológica. Crianças (e, em parte, pessoas de qualquer idade) apresentam facilidade para transferir competências do físico para o emocional.
Os exercícios aeróbicos
Andar, correr, pedalar embaixo d’água são atividades excelentes para fortalecer a musculatura e aumentar a resistência física. Uma corrida dentro da água é equivalente a uma caminhada fora dela. Alie-se a isto o menor risco de lesões em músculos, tendões e articulações e chega-se a uma excelente opção para pôr o corpo para trabalhar.
A hidrobike (ou hidrospinning) utiliza bicicletas ergométricas tratadas com material resistente à água. Os exercícios são indicados especialmente para tonificar glúteos e pernas, mas muitas academias adaptam a prática com pesos e extensores, para permitir a malhação também do tronco e braços.
O jogging aquático é um programa de corrida ou caminhada. Não é preciso nadar, porque os exercícios são feitos com cinturões flutuadores, que garantem sempre a cabeça fora d’água. Os alunos não chegam a tocar os pés no fundo da piscina, o que significa impacto articular nulo.
A hidroginástica já foi uma área feminina, mas hoje os homens representam quase a metade dos alunos nas academias. É um treinamento completo, indicado inclusive para emagrecer, ganhar resistência muscular localizada e fortalecer o abdômen e o diafragma, melhorando a respiração. Existem turmas especiais para idosos, gestantes e mulheres no pós-parto que querem recuperar a forma.
Por fim, existe a boa e velha natação, em todos os seus estilos. Como qualquer exercício na água, além de condicionar o corpo, ela aumenta a autoestima, além de criar e fortalecer laços de amizade.
Antes de começar a treinar, no entanto, é preciso submeter-se à avaliação médica, para verificar possíveis problemas ou ferimentos na pele e infecções. Quem sofre de osteoporose deve escolher outros exercícios, já que o baixo impacto desfavorece a formação de massa óssea. Estas são as únicas contraindicações. Malhar na água é indicado para qualquer faixa etária, inclusive para grávidas, com exercícios adaptados às condições de cada turma.