Algumas expressões idiomáticas têm origens bastante curiosas. Algumas são bastante óbvias, outras foram empalidecidas pelo tempo.
Assim, fazer um esforço titânico tem sua origem nos titãs da mitologia grega, filhos de Urano (o céu) e Gaia (a Terra), que enfrentaram Zeus (o deus dos deuses) e foram acorrentados em diversas regiões. Um esforço titânico é um esforço imenso. O nome do navio Titanic, que naufragou em sua primeira viagem, em 1912, tem a mesma origem.
O pomo da discórdia é outro que nasceu entre os gregos. Consta que Éris, a deusa da discórdia, irritada por não ter sido convidada para um casamento, lançou uma maçã de ouro no meio da festa, com a inscrição “para a mais bela”. Três deusas disputaram o título. Imagine três deusas do Olimpo disputando qualquer coisa…
A origem do bode expiatório é religiosa. Manda a lei de Moisés que, quando o povo de Deus pecasse, um bode deveria ser oferecido para expiar o pecado. Lavar as mãos foi o gesto do governador romano Pôncio Pilatos, quando o povo exigiu a crucificação de Jesus.
Uma origem histórica: um erro crasso é um equívoco terrível, como o cometido pelo general romano Marco Crasso. Numa campanha contra os partos, este general cometeu diversos erros de tática e estratégia, o que culminou numa derrota fragorosa.
Mas algumas origens são mais divertidas. Por exemplo, quando alguém quer dizer que o filho é muito parecido com o pai, diz-se que “Fulano é o pai cuspido e escarrado”. A expressão teria origem em “esculpido e encarnado”, que, convenhamos, é bem mais elegante.
Na Itália no século XIX, nasceu a tarantela. Os camponeses acreditavam que as picadas de tarântulas, comuns no sul do país provocavam uma agitação física que inspirou a famosa dança. Mas a causa real era um fungo alucinógeno que crescia junto com as plantações de centeio.
Você é irrequieto? Então é muito provável que esteja com bicho carpinteiro, ou melhor, com bicho no corpo inteiro.
Quem tem boca vai a Roma nasceu como quem tem boca vaia Roma. A cidade imperial tinha o péssimo costume (para os dominados) de ocupar militarmente várias regiões e cobrar altos impostos de seus moradores. Entre estes, qualquer um que tivesse boca vaiaria Roma.
Quem não tem cão, caça com gato? Não, definitivamente, não. Quem não tem cão caça como gato, com as próprias forças.
Já ouviu alguém dizer que foi salvo pelo gongo? Pois é. Na Inglaterra medieval, era comum enterrar pessoas vivas, em letargia ou catalepsia. Com o tempo, os coveiros começaram a notar arranhões na tampa dos caixões e perceberam o erro. A partir daí, todo morto era enterrado com um cordão nas mãos, ligado a um gongo. Mais de um inglês foi literalmente salvo pelo gongo.