Provavelmente, os esportes surgiram derivados de atividades naturais, como correr para caçar ou fugir de um predador, escalar montes, trepar em árvores. Mas eles tomaram a forma como os conhecemos entre os sumérios (povo que habitou a Mesopotâmia) e egípcios. Natação, jogos com bola e lutas são representados em monumento do antigo Egito ao menos desde 2900 a.C.
Antropologicamente, a prática de esportes está relacionada ao treinamento militar. Na Grécia antiga, corridas, levantamento de peso e arremesso de objetos faziam parte da formação dos guerreiros (em Esparta, as mulheres também recebiam o treinamento). O pentatlo moderno, esporte olímpico, é baseado em atividades bélicas: hipismo, esgrima, natação, tiro e corrida. Infantaria (soldados a pé) e cavalaria foram as primeiras formações dos exércitos.
Muitos torneios eram organizados para homenagear os deuses. Na China, organizavam-se festivais esportivos para homenagear o deus Sol, no início de cada verão. Na Grécia, atletas campeões recebiam recompensas e honrarias; os jogos de Olímpia, em homenagem a Zeus, o rei dos deuses, foram realizados do século VIII a.C ao IV d.C, quando foram proibidos pelo imperador Teodósio, que interditou todas as festas consideradas pagãs.
Apenas homens participavam destes jogos, que eram tão importantes que determinavam tréguas nas muitas guerras dos povos helênicos. As mulheres não tinham permissão nem para assistir, mas havia outro torneio, a Heraia, em homenagem à deusa Hera, privativo para o sexo feminino. No século XIX, teve início a era dos Jogos Olímpicos Modernos.
Na Idade Média, a prática de esportes foi bastante enfraquecida; à medida que o Catolicismo aumentava sua influência na Europa, pregando a purificação do espírito em detrimento do corpo, os esportes foram ficando cada vez mais raros. Na Renascença, porém, com a retomada dos ideais gregos e romanos de beleza e culto ao corpo, o número de atletas aumentou progressivamente.
Com o desenvolvimento dos transportes e do turismo, os esportes se internacionalizaram e suas regras foram padronizadas. No século XIX, havia três linhas distintas para a prática esportiva: a alemã, militarista, a sueca, terapêutica, e a inglesa, competitiva. Foi esta terceira linha que inspirou o barão de Coubertin a reeditar as Olimpíadas em 1896, em Atenas.
No século XX, o esporte dividiu-se entre o lazer e o rendimento; este último profissionalizou-se, com atletas obtendo resultados e recordes surpreendentes. Até a Guerra Fria – confronto não declarado entre EUA e URSS pela hegemonia mundial – favoreceu o avanço do esporte: cada bloco queria superar os adversários políticos.