Os terremotos são tremores passageiros que ocorrem na superfície da Terra (quando ocorrem no leito do mar, recebem o nome de maremotos). Eles ocorrem por deslizamentos das placas tectônicas.
Estas placas formam a litosfera, a camada mais externa do planeta. São sete placas principais, limitadas por zonas de convergência (quando duas placas se aproximam), de subducção (quando se afastam) e conservativas (quando permanecem estáveis). Além das principais, há dezenas de subplacas.
Nas zonas de convergência entre duas placas, ocorre a imensa maioria dos terremotos e erupções vulcânicas. É o caso, por exemplo, do Chile, costa oeste dos EUA, leste da Turquia, Irã, Paquistâo, Afeganistão, Japão e Indonésia. O choque entre duas placas tectônicas determina os tremores, cuja intensidade varia bastante e é mensurada pela escala Richter.
A escala Richter
Também conhecida como escala de magnitude local, atribui um número para quantificar a energia liberada por um sismo. Trata-se de uma escala logarítmica de base 10; por isto, um terremoto que mede 5,0 tem uma amplitude sísmica dez vezes maior do que um que mede 4,0. A escala Richter mensura o potencial destrutivo de um terremoto.
A escala foi criada em 1935, por dois cientistas do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia) por Charles Richter e Beno Gutenberg, que estudavam a instabilidade geológica desse Estado americano.
A graduação da escala
A escala não tem limite, mas nunca foi detectado um terremoto de magnitude superior a 9,9. Os números indicam os estragos provocados pelos fenômenos:
• menor que 2,0 – microtremor de terra. Não é sentido pelos seres humanos. Calcula-se que ocorram 8.000 diariamente;
• entre 2,0 e 2,9 – geralmente não se sente o tremor, mas os fenômenos são registrados pelo sismógrafo. Cerca de 1.000 deles ocorrem a cada dia;
• entre 3,0 e 3,9 – sentido pelos humanos, mas quase nunca provoca danos. A cada ano, acontecem 49.000. São muito comuns na Cidade do México;
• entre 4,0 e 4,9 – tremor visível de objetos dentro das casas, choques entre objetos. Provoca danos leves. São 6.200 a cada ano;
• entre 5,0 e 5,9 – pode provocar danos medianos em edifícios mal projetados ou mal conservados. Nos edifícios bem construídos, provoca danos ligeiros. 800 terremotos anuais nesta categoria;
• entre 6,0 e 6,9 – em áreas habitadas, causa destruição num raio de 180km do epicentro do terremoto (ponto onde o fenômeno teve início). A cada ano, registram-se 120;
• entre 7,0 e 7,9 – pode causar danos graves (mortes e destruição) em regiões até 500km afastadas do epicentro. São 18 a cada ano;
• entre 8,0 e 8,9 – causa danos graves em regiões até 1.00km do epicentro. Ocorre um por ano;
• entre 9,0 e 9,9 – causa danos graves em regiões num raio de milhares de quilômetros. Apenas um a cada 20 anos.
Na América do Norte, existe a possibilidade de ocorrer um terremoto de magnitude acima de 10, chamado pelos especialistas de “Big One”. O epicentro do provável cataclisma fica na falha de Santo André, que começa no oeste do México e prolonga-se por 1.300km no território da Califórnia, o Estado mais populoso dos EUA, com 38 milhões de habitantes.
A falha de Santo André fica sobre a junção das placas do Pacífico e norte-americana. Acreditava-se que a periodicidade dos abalos na região ficava entre 250 e 400 anos, mas estudos recentes indicam que o intervalo é menor: entre 45 e 144 anos. O último grande terremoto ocorreu em 1857; portanto, o risco de acontecer nos próximos anos é bastante grande.