Pés de lótus era o costume de ligar o pés de meninas, dolorosamente apertados, para evitar um maior crescimento. A prática provavelmente se originou entre os dançarinos da corte na dinastia Song, mas se espalhou para as famílias de classe alta e, eventualmente, tornou-se comum entre todas as classes. Os pés pequenos eram considerados belos e faziam, segundo os chineses, os movimentos de uma mulher mais femininos e delicados. Embora os reformadores desafiarem a prática, ela se manteve até o início do século XX, e se extinguiu em função das mudanças nas condições sociais e em parte como resultado das campanhas contra a técnica dos pés de lótus. Na década de 1990 e início de 2000, algumas mulheres chinesas (nascidas até meados dos anos 1940) ainda sofriam com deficiências relacionadas com os pés atados.

O processo do pés de lótus era iniciado antes que o arco do pé tivesse a oportunidade de se desenvolver plenamente, geralmente entre as idades de dois a cinco anos. A ligação geralmente se iniciava durante os meses de inverno, período em que os pés estariam dormentes, e, portanto, a dor não seria tão extrema.

Primeiro, cada pé era embebido numa mistura quente de ervas e sangue de animais, que tinha a função de suavizar o pé e ajudar a ligação. Então, as unhas dos pés eram cortadas na medida do possível, para evitar infecções posteriores. Para prepará-la para o que estava por vir em seguida, os pés da menina eram delicadamente massageados. Ataduras de algodão, de 3m de comprimento e 5 cm de largura, eram preparadas para imergir os pés na mistura de sangue e ervas. Os dedos em cada pé eram então dobrados e em seguida pressionados para baixo com muita força, até se quebrarem. Isso tudo realizado sem o uso de anestésico, e era extremamente cruel para a menina. Os dedos do pé quebrados eram colocados firmemente contra a sola do pé, enquanto o pé era levantado com o arco quebrado e envolto em ataduras extremamente apertadas.

Abaixo, vídeo contando mais dessa estranha tradição chinesa chama Pés de Lótus.