A superfície da Terra é coberta por água em quase três quartos da sua extensão; são os oceanos e mares. O fundo oceânico é classificado em três zonas: a primeira é a plataforma continental, com largura e profundidade variáveis, mas que nunca ultrapassa os 200 metros; em seguida, formam-se as bacias oceânicas, com profundidade média de três mil metros; a terceira é a zona abissal, com profundidade média de cinco mil metros. É nesta zona que se formam as fossas marítimas, também chamadas abissais ou oceânicas.
A maioria das fossas está no oceano Pacífico (17 entre as 20 maiores). No Atlântico, elas se limitam à região do Caribe. A fossa de Porto Rico é a mais profunda: são 8.605 metros abaixo do nível do mar. Ela está na zona de encontro entre as placas tectônicas norte-americana e caribenha (é a região onde uma placa imerge sob a outra). Na costa leste do Canadá, forma-se o abismo Laurenciano, de seis mil metros de profundidade.
A mais profunda, porém, fica próximo ao arquipélago das Marianas, no Pacífico, a leste das Filipinas. Seu nível mais baixo atinge 11 mil metros. Para se ter uma ideia, o monte Everest, “teto do mundo”, tem 8.848 metros de altitude na fossa das Marianas, cabe toda a montanha do Himalaia, e ainda sobra espaço. As fossas ocupam vales que podem atingir 500km de comprimento e 20km de largura.
As fossas marítimas se formaram da mesma forma que os grandes complexos montanhosos, como os Andes e os Alpes: pelo choque de duas placas. A diferença é que, em alguns casos, geram elevações do terreno e noutros, depressões.
Outras fossas de destaque são: Kermadec, ao norte da Nova Zelândia (dez mil metros), Java, ilha da Indonésia no oceano Índico (7.725 metros) e Sandwich do Sul, ao sul do continente americano (7.200 metros).
As vertentes das fossas apresentam declives suaves, entre 4° e 16°. A exceção é a fossa de Tonga (país da Oceania), com despenhadeiros íngremes, de até 45°.
Apesar do frio, da forte pressão e da noite eterna que reinam nas fossas marítimas, elas são habitadas por peixes sem olhos e muitas bactérias. Águas-vivas, esponjas e anêmonas-do-mar complementam a fauna. São animais decompositores: alimentam-se de restos de seres vivos que, de outra forma, seriam acumulados nos abismos. Calcula-se que a pressão de algumas fossas pode esmagar uma baleia-azul, o maior animal do planeta.