As estrelas cadentes são pequenos asteroides gerados na formação do Sistema Solar, que vagam pelo espaço até chocar-se com um planeta ou satélite. Entre Marte e Júpiter, há um cinturão de pequenos corpos celestes, que podem ser atraídos por um astro que compõe o sistema.
Como a Terra possui atmosfera, as estrelas cadentes, ao chocar-se com as camadas mais altas, sofre um atrito intenso e pega fogo. Daqui da superfície, vemos um risco brilhando cortando o céu rapidamente: elas desenvolvem velocidades de 250.000km2.
Os nomes técnicos das estrelas cadentes são: meteoroides (enquanto estão circulando pelo espaço), meteoros (quando se chocam com a atmosfera) e meteoritos (quando atingem a superfície). Quase nunca causam danos, mas isto pode acontecer: a teoria mais aceita para a extinção dos dinossauros é a queda de um grande meteoro, que abriu uma cratera de 180 quilômetros de diâmetro.
O fato provocou um forte levantamento de poeira, que permaneceu por um longo período no ar, resfriando a temperatura, o que escasseou a oferta de alimento dos herbívoros, base da cadeia alimentar. Além disto, muitas espécies eram pecilotérmicas (animais cuja temperatura corporal depende do Sol), e o frio restringiu suas atividades.
A maioria das estrelas cadentes, no entanto, é ionizada bem antes de atingir a superfície, a uma altura entre 20 e 30km. O fenômeno é mais comum do que se pensa: astrônomos calculam que dez estrelas cadentes chegam à Terra a cada hora. Algumas delas produzem barulho semelhante a um trovão.
As chuvas de estrelas cadentes
Quando vários meteoros são avistados num mesmo ponto do céu, formando um fenômeno radiante, elas criam uma chuva de estrelas cadentes, algumas com menos de um milímetro de diâmetro. Geralmente, estão relacionadas à passagem de um cometa: em sua interação com a Terra, a gravidade atrai parte do material, que se incendeia e gera o “espetáculo”.
Chuvas intensas são classificadas como surtos ou tempestades: há registros de fenômenos deste tipo em que mais de mil estrelas cadentes foram avistadas a cada hora.
O primeiro registro de uma chuva de estrelas cadentes é do ano 36 d.C. Os chineses avistaram as Perseidas (nome adotado até hoje à chuva que cai entre os dias 12 e 3 de agosto no hemisfério norte), porque imaginaram que as estrelas caíam desta constelação. Na verdade, os fragmentos se desprendem do cometa 109P Swift-Tuttle, descoberto em 1862, que cruza a órbita terrestre anualmente.
A Chuva de Leônidas também cai anualmente, no hemisfério norte, entre 13 e 18 de novembro, intensificando-se nas últimas duas noites. Geralmente, caem dez meteoros por hora, mas a cada 33 anos aproximadamente acontecem picos, com centenas e até milhares de fragmentos. O responsável é o cometa 55P Tempel-Tuttle.
No hemisfério sul, caem as Oriônidas, relacionadas ao cometa Halley, que visita a Terra a cada 76 anos, na segunda quinzena de outubro. Imaginou-se inicialmente, que as estrelas caíam do Cinturão de Órion, constelação que pertencem as Três Marias, conjunto de estrelas que está sempre no topo do céu. Caem em média 40 meteoros por hora, mas a última passagem do Halley, em 1986, foi decepcionante: o cometa não ficou visível a olho nu e a chuva de estrelas foi muito pobre.
Uma tradição
De acordo com a tradição, quando alguém avista uma estrela cadente, deve imediatamente fazer um pedido, antes que a luminosidade desapareça no céu. É um mito antigo, comum a vários povos, já que a lenda das divindades que moram no “céu das estrelas” fixas é muito comum.
Portanto, antes de fazer qualquer pedido, é preciso lembrar que está pedindo ajuda para um mero pedaço de asteroide ou cometa.