Em 1967, um movimento apareceu causando rebuliço, com o objetivo de modificar o jeito de fazer música popular brasileira. Naquele ano, a Record apresentava a terceira edição do Festival de MPB, que tinha um gosto forte de política. Caetano Veloso apresentou-se com guitarras elétricas cantando “Alegria, Alegria” e causou o impacto que queria. O violão sempre foi um símbolo da MPB, principalmente no que se dizia respeito à bossa nova. Por outro lado, as guitarras simbolizavam o imperialismo dos EUA. O Tropicalismo surgiu para inovar o nacionalismo musical brasileiro, fazendo com que a música estivesse mais perto dos jovens e de outros países do mundo.
A origem do nome está na obra Tropicália, de Hélio Oiticica. Em um certo texto, Nelson Motta usou essa obra como inspiração para escrever, dando a ideia de como chamar o movimento.
Idealistas
Os mais importantes intérpretes do Tropicalismo são apreciados até hoje. O movimento misturou vários estilos, desde o rock até a bossa nova, passando pelo samba, pelo bolero e alguns outros.
As músicas tratavam de acontecimentos do dia a dia e escondiam críticas sociais e oposição ao governo por meio de metáforas. As guitarras elétricas tornaram-se constantes e tendências internacionais como a pop art foram incrementados às tradições do país. Alguns comportamentos eram reprimidos pelo sistema, e os músicos os defendiam, como o sexo livre.
Caetano Veloso
Mesmo com todas as vaias no Festival, Caetano fez sucesso com Alegria, Alegria. A música explodiu nas rádios e mais de 100 mil cópias do disco foram vendidas. O músico quis converter outros cantores ao movimento, como Chico Buarque e Paulinho da Viola, mas não deu certo.
Os Mutantes
A banda de rock estava mais propensa a fazer músicas como os Beatles do que criticar os políticos da época, assim como Rita Lee e Sérgio Dias viram na Tropicália uma oportunidade de expressar ironia e descompromisso em suas músicas.
Gal Costa
Gal Costa fazia parceria com Caetano. Quando ele foi exilado, em 1969, ela começou a se unir a outros compositores, pouco tempo depois, para comercializar seu trabalho.
Gilberto Gil e Tom Zé também foram importantes precursores da Tropicália.
Que fim levou
A influência do movimento Tropicalista é sentida no cinema, em “Terra em Transe” (Glauber Rocha) e no teatro em “O Rei da Vela” (José Celso Martinez Correa).
Algumas bandas que misturam parte da cultura nacional com tendências internacionais têm influencia do movimento, como Nação Zumbi.