A aromaterapia é um ramo da fitoterapia, ciência que estuda a aplicação de ervas para a cura de doenças. Existem registros muito antigos do uso da cânfora e do ginseng, por exemplo, na China antiga: datam de 3000 a.C. Mais recentemente, verificou-se a eficácia da aromaterapia, com o uso pétalas, flores e frutos ou de óleos essenciais extraídos de algumas plantas, que podem ser usados puros (apenas com a inalação do aroma), diluídos em catalisadores que aumentam o poder de absorção pela pele (em cremes, loções, géis, etc. para massagens e compressas), em bochechos, gargarejos, escalda-pés e outras aplicações.
De acordo com os efeitos desejados, a densidade (e também a cor e perfume) dos produtos utilizados na aromaterapia é diferente. Ela provoca efeitos físicos, mentais e emocionais, ao alterar a respiração, frequência cardíaca, pressão arterial, capacidade de concentração ou de relaxamento, etc.
Ao contrário da fitoterapia, que possui diversos resultados cientificamente comprovados (e a maioria dos tratamentos fitoterápicos ainda demandar muitos estudos, já que boa parte das ervas, raízes, folhas e flores usadas nas famosas receitas caseiras usadas regularmente por povos nativos e também por comunidades que absorveram estes conhecimentos empíricos ainda não terem sido classificadas), a aromaterapia é classificada como terapia holística.
Ela faz parte dos tratamentos que visam tratar os pacientes como um todo, sem separar corpo e mente. O holismo promove a saúde integral, e não o combate individual a problemas localizados (como uma crise de enxaqueca ou um quadro depressivo). Apesar dos muitos depoimentos de pacientes satisfeitos, não há – ainda – experimentos científicos que comprovem sua eficácia.
Além disto, existem muitos “especialistas” sem conhecimento acadêmico (e com pouco ou nenhum conhecimento prático) atuando na área. Por isto, é preciso avaliar muito bem a qualidade do serviço prestado por clínicas e terapeutas holísticos. Isto não significa necessariamente que a aromaterapia não seja válida, mas que, sem controle nem fiscalização, a possibilidade de atuação de profissionais desqualificados é muito grande nestes tratamentos. Basta avaliar as credenciais dos terapeutas, pesquisar e não ser guiado apenas pela propaganda ou por amigos e colegas que “obtiveram resultados fantásticos”.
Terapias naturais
Como outras terapias naturais, a aromaterapia pode ser usada como complemento aos tratamentos naturais. Sejam graves, sejam passageiras, as doenças sempre provocam algum tipo de mal estar, que pode ser amenizado com a inalação de aromas agradáveis.
A aromaterapia parece ter também a capacidade de reduzir o estresse. Alguns óleos essenciais parecem propiciar a evocação de alguns momentos do passado, em que o paciente pode reconquistar seus próprios mecanismos para obter prazer e satisfação. Pelo mesmo motivo, o tratamento reduz a irritabilidade, ansiedade, depressão, distúrbios do apetite, problemas de concentração. Estudos com grupos de controle indicam que os resultados são positivos para 20% a 25% dos pacientes, logo na primeira aplicação.
O tratamento com aromas também é indicado para reações alérgicas crônicas, como a rinite. Para as mulheres, a aromaterapia apresenta um efeito extra: ela acelera a eliminação de xenoestrogênios (ou pseudoestrogênios, muito utilizados na indústria cosmética e farmacêutica), que estão relacionados à diminuição da libido feminina e com alguns tipos de câncer genital.
O funcionamento
Os óleos essenciais usados na aromaterapia são absorvidos pela inalação e pelos poros. Uma vez aplicados, são enviados para o sistema límbico, região do cérebro responsável pelas emoções e pelos comportamentos sociais, aprendizagem, memória, motivação, etc.
A distribuição destes componentes químicos ocorre com a circulação sanguínea – portanto, os estímulos são encaminhados para todo o corpo. De acordo com as queixas do paciente, levantadas em entrevista prévia com o terapeuta, podem ser usadas substâncias com ação localizada, para equilibrar, relaxar ou estimular certas sensações, como cansaço, dores, falta de apetite ou de desejo sexual, etc.
É preciso repetir, no entanto, que nada disto foi comprovado pela comunidade científica. Alguns ensaios apontando para os fatores benéficos podem estar associados a fatores psicossomáticos e não efetivamente às propriedades das plantas empregadas no tratamento.
Mesmo assim, instituições sérias, como o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) oferecem o curso livre de aromaterapia, destinado a profissionais da área de bem-estar. O mercado de trabalho para aromaterapeutas tem aumentando ano a ano, tanto em função da melhoria da renda da população (a nova classe C, por exemplo, passou a consumir mais tratamentos estéticos e já responde por mais da metade das aquisições de cosméticos), como pela percepção da necessidade de buscar tratamentos naturais, menos agressivos.