A menopausa indica o fim da menstruação, fato que ocorre em 45 e 55 anos. Todas as mulheres nascem com um número determinado de folículos, que formarão os óvulos (células germinativas), armazenados nos ovários. A partir da puberdade, por volta dos 12 anos, mensalmente uma destas células se desprende e caminha pela trompa, onde aguarda a fecundação. Ao mesmo tempo, o útero se prepara para receber o embrião, desenvolvendo o endométrio, o muco uterino.
Quando a fecundação não acontece, o óvulo, o endométrio e um pouco de sangue: é a menstruação, processo regulado pelos hormônios progesterona e estrogênio. É considerado normal que a primeira menstruação, a chamada menarca, ocorra entre nove e 18 anos.
Tecnicamente, menopausa é a última menstruação, mas a maioria das mulheres apresenta uma série de irregularidades e disfunções antes que a ovulação cesse definitivamente. Os ciclos ovulatórios podem tornar-se irregulares, surgem alterações no volume do material eliminado e podem ocorrer menstruações.
Existe também a menopausa cirúrgica, quando a mulher é submetida a uma cirurgia para retirada o útero (histerectomia) ou dos ovários (ooforectomia). O procedimento pode ser necessário em alguns casos de câncer e doenças como mioma ou fibroma em estágio muito avançado.
Os sintomas
Em paralelo, as mulheres podem sofrer com ondas de calor – os fogachos – alterações na libido, no humor e no sono. Em alguns casos, ocorre a atrofia dos genitais. É o climatério, fase que dura vários meses. Clinicamente, considera-se que a mulher chegou à menopausa após 12 meses da última menstruação.
Os sintomas do climatério variam de mulher para mulher, mas praticamente todas apresentam em comum a intensificação dos sinais à medida que a produção hormonal é reduzida. Os fogachos são sensações súbitas de ondas de calor que alcançam o tórax, pescoço e cabeça, acompanhados por suor excessivo, rubor nas faces, taquicardia, vertigens e cansaço.
Podem surgir alterações urogenitais, com dificuldade para urinar ou esvaziar completamente a bexiga, dor durante a micção, incontinência urinária, infecções no trato genital e excretor, ressecamento vaginal, perda da libido e dor na penetração durante o ato sexual.
A redução dos níveis de estrogênio e progesterona interfere na liberação de neurotransmissores fundamentais para o bom funcionamento do sistema nervoso central, provocando mudanças de humor, choro, depressão, ansiedade, melancolia e problemas de memória.
A pele fica ressecada e os cabelos e unhas, quebradiços e finos. A distribuição da gordura corporal se altera, verificando um maior acúmulo na região abdominal. O tecido glandular mamário é substituído por tecido gorduroso. A massa óssea é reduzida, o que pode provocar osteoporose e osteopenia. Aumentam os riscos de doenças cardiovasculares: entre a população feminina, as doenças coronarianas são a principal causa de morte após a menopausa.
O acompanhamento médico
O tratamento mais indicado para o climatério é a reposição hormonal, que alivia os sintomas físicos e psíquicos, além de prevenir a osteoporose. No entanto, avaliação criteriosa e acompanhamento médico constante são necessários, já que estudos indicam a elevação dos riscos de ataque cardíaco, trombos vasculares, acidentes vasculares cerebrais e câncer de mama e de endométrio. O tratamento deve ser reduzido ao mínimo tempo necessário.
A reposição hormonal pode ser feita por via oral, injetável, através da pele (com adesivos transdérmicos) ou com cremes vaginais. Atualmente, a maioria dos médicos opta pelos adesivos, que permitem a absorção dos hormônios diretamente pela corrente sanguínea, enquanto, nos demais métodos, eles são processados inicialmente pelo fígado.
Isto permite que as doses sejam menores (12 vezes menor, no caso do estrogênio). Os adesivos são considerados fisiológicos, pois se aproximam da fisiologia natural dos ovários. Eles só precisam ser trocados a cada três ou quatro dias, o que confere maior comodidade ao tratamento. A melhor indicação, no entanto deve ser definida pelo médico.
Durante o climatério, a mulher deve cuidar da alimentação, para não ganhar peso. Bebidas alcoólicas e fumo devem ser evitados. A prática de uma atividade aeróbica melhora o humor (por liberar endorfinas, relacionadas à sensação de bem estar), ajuda a controlar a pressão arterial e fortalece os ossos.
O acompanhamento ginecológico continua sendo necessário após a menopausa, para reduzir os riscos de doenças genitais.