O que determina as estações do ano?

As estações do ano são as subdivisões baseadas em padrões climáticos. O homem sempre percebeu a sucessão de dias frios para dias quentes, da seca para a chuva, da plantação para a colheita, mas, por muito tempo, não sabia por que isto ocorria.

Entre os povos antigos, os gregos criaram um mito: Deméter, a deusa da fartura, tinha uma filha, Perséfone. Certo dia, Hades, o deus dos mortos e do mundo subterrâneo, viu a jovem, apaixonou-se e raptou-a. Deméter não se conformou e deixou de produzir os vegetais que alimentavam os humanos. A situação só voltou ao normal quando Zeus, o deus dos deuses, arbitrou a questão: Perséfone passaria metade do ano com o marido (a época do frio) e a outra metade com a mãe, na superfície.

Entre os europeus antigos, o ano era dividido em duas partes: o período quente (em latim, “ver”) tinha três fases: a “prima vera” (ou primeiro verão), de temperatura e umidade moderadas, o “tempus veranus” (que significa tempo de frutificação), com muito calor e chuva e o “Æstivum“ (ou estio), quente e seco. O período frio tinha duas fases: “tempus autumnus” (tempo do ocaso), quando as temperaturas começam a cair e o “tempus hibernus” (tempo de dormir), marcado pela ausência de produção agrícola.

Solstícios e equinócios

O que determina as estações do ano é a posição do eixo de inclinação da Terra, que se desloca de acordo com o movimento de translação (o giro do planeta em torno do Sol, com duração de um ano). O eixo imaginário tem um deslocamento, em relação ao plano orbital, de aproximadamente 23,3°. É um movimento de vaivém e, assim, a cada momento do ano, uma parte da Terra está mais diretamente afetada pelos raios solares.

A região que recebe a maior incidência de luz solar fica entre os trópicos de Capricórnio e Câncer, linhas posicionadas exatamente a 23,3° ao sul e norte da Linha do Equador. Por isto, nestas regiões, que são mais quentes, muitos países dividem o ano em apenas duas estações: quente e úmida e seca, sem necessariamente registrar baixas temperaturas. No Nordeste brasileiro, inverno significa apenas tempo de chuvas.

No hemisfério sul, a primavera começa perto de 21 de março, data do equinócio de outono. É o instante em que o Sol, em sua trajetória aparente, cruza o plano do Equador. Neste dia, os períodos iluminado e escuro têm exatamente 12 horas cada; a partir de então, as noites vão se tornando cada vez mais longas. O inverno começa em 21 de junho, solstício de inverno, a noite mais longa do ano.

Na Antártica, nesse dia, o Sol não aparece em nenhum momento; posteriormente, começa a ser visto por alguns minutos, até o equinócio de primavera, em 23 de setembro, quando o Sol parece voltar para o lado de cá do planeta, cruzando novamente a Linha do Equador. A partir de então, os períodos iluminados vão aumentando até 21 de dezembro, solstício de verão, o dia mais longo do ano.

Equinócio e solstício derivam do latim. A primeira palavra significa “noites iguais” e a segunda, “sol que não se move”, porque a nossa estrela, observada daqui, atinge a maior e menor declinação em relação ao Equador.

A data e hora exatas da entrada de cada estação variam porque o ano da Terra não tem exatamente 365 dias, mas 365 dias, cinco horas e 48 minutos e 46 segundos. Por isto, a cada quatro anos, um dia extra é acrescentado ao calendário, menos nos anos que terminam em 00, como aconteceu em 2000.

Curiosidades

A divisão do ano em quatro estações é uma convenção ocidental, corroborada pelos movimentos astronômicos do planeta. Mas muitos países não seguem a sequência. Na Índia, o ano é dividido em três partes: estação quente, estação fria e estação chuvosa.

Na China, são cinco estações: primavera, verão, estio, outono e inverno. O verão é dividido em duas partes, seca e úmida. Em Angola, o ano tem apenas duas etapas: a das chuvas, quente e chuvosa, e o cacimbo, seco e com temperaturas ligeiramente mais frias, especialmente à noite.