Colonizado por espanhóis, o Uruguai ficou independente da Espanha, como todos os seus vizinhos sul-americanos, certo? Errado! Curiosamente, nossos vizinhos do sul ficaram independentes do Império Brasileiro, não de sua metrópole europeia.
O território uruguaio foi desde o século XVI disputado por Portugal e Espanha. Os lusitanos fundaram Colônia do Sacramento, do lado oposto do Rio da Prata ao que se encontrava Buenos Aires, uma posição estratégica dentro do cenário da região. Os castelhanos, por sua vez, fundaram a cidade de Montevidéu no sexto monte de leste a oeste (daí o nome, Monte-VI-d-E-O), no século XVIII.
Portugal havia recuperado a área perdida para os espanhóis em 1816, sendo anexada formalmente cinco anos depois com o nome de Província Cisplatina, que era a parte mais ao sul do território brasileiro. No entanto, descontentes com a ocupação luso-brasileira, o grupo dos 33 Orientais vindos de Buenos Aires invade o país. Esta federação unida do Prata derrotou o império brasileiro na Guerra da Cisplatina, que culminou com a independência uruguaia, formalizada no Tratado de Montevidéu, de 1828.
Muitos perguntam o porquê do nome República Oriental do Uruguai, já que o país localiza-se no hemisfério ocidental. A explicação é simples: significa simplesmente a “república à leste do Rio Uruguai”, que divide o país da Argentina e esta do Brasil, na fronteira com o Rio Grande do Sul. A “banda ocidental do Uruguai”, neste caso, seria a própria República Argentina.
A Província Cisplatina foi a única que conseguiu se separar do Brasil após a independência do país, mas não foi a única a tentar. Três são particularmente famosas: a Confederação do Equador tentou a separação de boa parte do Nordeste, em 1824; a Revolução Farroupilha chegou a proclamar a independência do Rio Grande do Sul, em uma guerra que durou uma década (1835-1845); a Sabinada tentou a independência da Bahia entre 1837 e 1838.