O mistério do covão dos Conchos

Para conhecer o covão dos Conchos, na serra da Estrela, a estação ideal é o inverno, porque, até chegar a esta lagoa, é necessário percorrer uma distância de cinco quilômetros. Faz frio, mas recompensas incríveis aguardam os turistas. O trajeto, no entanto, é linear, apenas com alguns aclives (portanto, o nível de dificuldade é classificado como suave).

O passeio, sempre feito a pé, ocupa duas horas e meia (ida e volta). A paisagem do covão dos Conchos, no entanto, é deslumbrante e tem um quê de mistério. O trajeto tem início pelo lado esquerdo da lagoa Comprida, a maior lagoa serrana de Portugal. O caminho é de terra batida, a vegetação é rasteira, ponteada por formações de granito (algumas delas dão impressão de que vao ruir). Em alguns pontos, no inverno, as águas ficam congeladas.

Construção humana

Na verdade, o covão dos Conchos é apenas uma longa e relativamente estreita passagem entre a lagoa Comprida. O local, que começou a ser escavado em 1955, desvia as águas da ribeira das Neves para a lagoa Comprida. A construção mede mais de 1.500 metros de extensão.

O que mais impressiona os turistas, no entanto, não é a grandiosidade da construção civil que abastece (com água e eletricidade) boa parte do centro-leste de Portugal, mas a entrada deste túnel, uma espécie de funil por onde as águas escoam. É um “buraco” no meio do covão dos Conchos, sobre o sangradouro da barragem erguida na lagoa Comprida. À beira do lago, a paisagem fica salpicada por neve.

Um vídeo incrível foi gravado por três excursionistas: Daniel Alves, Tiago Rodrigues e Hélder Tavares. Para captar as imagens, eles utilizaram um drone (um tipo de aeronave que dispensa a presença de pilotos para ser guiada, muito usada em atividades de espionagem). Os autores batizaram o imenso escoadouro de “o mistério da serra da Estrela”.

Vídeo do covão dos Conchos, realizado pela produtora Probilder.

Nestas imagens, o covão dos Conchos está coberto por uma fina camada de neve.

Para quando você for

O ideal é fazer a caminhada em dias frios (no inverno, a temperatura na região dificilmente ultrapassa, durante o dia, os 10°C). O frio é sentido nos primeiros 30 minutos do trajeto.

As roupas devem ser adequadas à temperatura. Ecoturistas experientes sugerem o uso de roupa interna térmica e de um casaco polar resistente à água. Tudo isto deve ser complementado por luvas, gorros e cachecóis. É muito provável que, ao chegar de volta à base, na lagoa Comprida, é muito provável que os agasalhos estejam desabotoados e os acessórios, apenas carregados nas mãos.

Para o trajeto, leve apenas água mineral e alguns petiscos. O peso excessivo provoca cansaço mais prolongado e prejudica a observação da paisagem.

Evite pisar em trechos com neve ou água acumulada. O terreno fica escorregadio, podendo causar acidentes – e, neste caso, o socorro é feito necessariamente a pé.

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