No útero materno, existe um coágulo sanguíneo sem vida. Assim ele permanece até entrar em contato com o sêmen. Quando esse encontro acontece, ocorre a concepção.
Parece incrível, mas esta era a explicação de Aristóteles, filósofo grego que viveu no século III a.C., que permaneceu praticamente inalterada até o início da Idade Moderna. A história começou a mudar no século XVII, quando o microscópio promoveu uma verdadeira revolução científica.
No século XVI, Galileo Galilei criou o telescópio, acoplando duas lentes convexas em um tubo e descobriu que o universo é muito maior do que se pensava.
No mesmo século, Francis e Zacharias Janssens (pai e filho) criaram o primeiro microscópio ótico, mas as imagens obtidas eram muito ruins. Acredita-se que o primeiro a fazer observações de material biológico tenha sido o holandês Antonie van Leeuwenhoek, que observou plantas, sangue, sêmen de animais. O holandês descobriu os micróbios (hoje chamados de micro-organismos). Mas a ciência caminhava a passos lentos: Leeuwenhoek imaginou que os espermatozoides seriam pequenos animais.
O uso prático do microscópio continuou. Em 1665, o inglês Robert Hooke aperfeiçoou o equipamento e encontrou o mundo das coisas infinitamente pequenas, que ninguém supunha existir. Hooke examinou um pedaço de cortiça e observou uma série de cavidades minúsculas, semelhantes a favos de mel, e chamou-as “células”.
Na verdade, Hooke, que pode ser considerado o primeiro microscopista da história, só pôde observar a estrutura que deveria ser preenchida pelas células, já mortas na amostra que analisou. Mas descobrir que os seres vivos são formados por células foi uma revolução. A medicina ainda se baseava na teoria de Hipócrates para diagnosticar e tentar curar doenças, o que quase nunca acontecia.
O médico grego do século V a.C., que acreditava nos quatro humores corporais – sangue, fleugma, bílis amarela e bílis negra; de acordo com as quantidades dos humores presentes no organismo, determinava-se a saúde, a doença e a dor, é considerado o pai da medicina.
Com a microscopia, os cientistas foram desvendando gradualmente os segredos das células. Hoje, existem microscópios eletrônicos, que são de dois tipos: de varredura e de transmissão. Um tipo específico de microscópio de varredura, por tunelamento, permitiu verificar a estrutura das moléculas que formam o DNA (ácido desoxirribonucleico), tarefa fundamental para o mapeamento genético. Este equipamento amplia as imagens em até 100 milhões de vezes.