O rio Amazonas nasce na serra peruana e vai mudando de nome conforme avança. Este grande rio foi batizado com este nome porque os exploradores europeus imaginaram que os índios, de longos cabelos, eram guerreiras, como as lendárias amazonas criadas pelos gregos. O rio tem muitas atrações e a principal delas talvez seja o encontro das águas barrentas do Solimões com as águas turvas do Negro.
Localizado no norte da América do Sul, é o rio mais extenso do mundo e também com maior volume de água, com média superior à dos próximos sete maiores rios do planeta. Até pouco tempo, considerava o Nilo (Sudão e Egito) como o rio mais longo, mas pesquisas recentes encontraram uma nova nascente do Amazonas.
A Amazônia, que tem a maior bacia hidrográfica, com cerca de sete milhões de quilômetros quadrados, que representam 20% do fluxo pluvial do mundo. Toda esta água irriga a maior floresta tropical, quente e úmida da Terra: o Amazonas tem mania de grandeza.
O rio brota na nascente do rio Apurimac (na parte ocidental da cordilheira dos Andes), no sul do Peru, e deságua no oceano Atlântico, junto ao rio Tocantins, no delta do Amazonas, considerado o único delta estuário do mundo, já que a foz abre um grande triângulo (delta) e os sedimentos depositados pelo Amazonas formam uma grande ilha, Marajó (estuário).
Enquanto corre para o mar, o rio recebe vários nomes: ainda no Peru, é chamado de Carhuasanta, Lloqueta, Apurimac, Ene, Tambo e Ucayali. Quando entra no Brasil, é chamado de Solimões e, em Manaus, quando recebe as águas do rio Negro, recebe o nome de Amazonas: este encontro é fascinante.
As águas do Solimões são violentas: descem a planície amazônica em grande velocidade (atingem 6km/h), desbastando as margens, razão por que se tornam barrentas na superfície. O rio Negro é mais tranquilo. Sua velocidade máxima é de 2km/h, suas águas são límpidas, apesar de escuras.
A velocidade também determina a temperatura: 22°C no Solimões contra 28°C no Negro. Navegando no encontro das águas num barco pequeno – uma canoa, por exemplo –, é possível sentir a diferença ao mergulhar as mãos na água. Os dois cursos d’água avançam separadamente por vários quilômetros.
Atualmente, está sendo construída uma plataforma de observação do encontro projetada por Oscar Niemeyer, um dos maiores arquitetos do planeta, a cerca de 100km de Manaus. É possível também realizar voos panorâmicos em helicópteros: é caro, mas vale a pena;.
Como ir
Diversas agências de turismo oferecem passeios pela capital amazonense, que incluem conhecer o encontro das águas do Amazonas. A melhor época para ir é a de cheia do rio, entre janeiro e junho, quando as chuvas são mais abundantes. Mas a região é chuvosa durante todo o ano.
O melhor destino é o Parque Nacional do Jauapari, santuário ecológico de nove mil hectares que reúne matas, várzeas e igapós (trechos de floresta inundados). Fauna e flora são impressionantes: macacos, preguiças e aves como araras, tucanos e o uirapuru, que silencia todos os outros pássaros quando canta, são um colírio para os olhos. À noite, é possível avistar várias espécies de jacarés.
Apesar de a floresta ser maravilhosa e destacar-se pela sua diversidade – é preciso usar mais um “maior”: a Amazônia concentra a maior biodiversidade do planeta – quem navega no rio Amazonas tem sua atenção atraída pelas vitórias-régias, plantas com grandes folhas arredondadas que brotam nos igarapés, braços de rio quase sem corredeiras. Entre março e julho, ocorre a floração. A planta foi batizada em homenagem à rainha Vitória, da Inglaterra.
O Jauapari oferece opções de esportes radicais para seus visitantes, como rapel, arvorismo e tirolesa. Os surfistas podem seguir até a foz e praticar uma nova modalidade, o surfe na pororoca, a imensa onde que se forma em outro encontro de águas: as do Amazonas e do oceano Atlântico.