O culto aos mortos é uma cerimônia baseada na crença de que os ancestrais falecidos têm uma existência contínua e podem interferir no cotidiano dos vivos. Em algumas culturas, como é o caso da Coreia, China e também entre os índios americanos, o objetivo do culto é garantir a harmonia e bem estar dos mortos. Na Igreja Católica, pessoas tidas como santas são veneradas porque os fiéis acreditam que eles podem intervir junto a Deus para solucionar problemas do cotidiano.
Mesmo entre ateus e agnósticos, existe uma forma de culto aos mortos. É uma forma de manter os laços de parentesco, a lealdade familiar e a continuidade da linhagem.
Na Roma Antiga, esta continuidade era uma questão de status: a alegação de descendência de julianos ou flavianos, por exemplo, que teriam habitado a península Itálica desde a fundação da cidade, mais de 700 anos antes da Era Cristã, conferia o status de patrícios e o acesso a cargos públicos e militares. Mesmo assim, antes de importar os deuses gregos, os cidadãos de Roma mantinham altares para reverenciar os ancestrais.
O culto aos mortos é anterior ao culto aos deuses. Existem evidências arqueológicas de que os homens pré-históricos já realizavam cerimônias fúnebres, antes mesmo de desenvolver os primeiros mitos divinais. O respeito ao cadáver é comum a todas as culturas e, em alguns casos, devorar parte dos restos mortais significava incorporar as qualidades e virtudes do morto – seja um guerreiro notável, seja um sacerdote.
O culto aos mortos no Oriente
É comum, nas religiões orientais, como o Budismo e o Confucionismo, a instalação de altares para venerar os ancestrais. Não se trata de pedir favores ou concessões especiais, mas é o cumprimento de um dever filial. Em muitas comunidades, acredita-se que é preciso suprir as necessidades básicas do parente falecido, que incluem alimento e vestuário. Em alguns locais da Índia, a mulher é precipitada na pira funerária, para continuar acompanhando o marido na vida pós-morte.
Isto já era comum no Antigo Egito: faraós, grandes figuras da administração e da religião do império eram enterrados com móveis, roupas e mantimentos. Em alguns casos, servos e sacerdotes eram encerrados nas mastabas e pirâmides, para continuarem suas funções juntos aos seus superiores.
Na China, comemorar-se o Dia do Fantasma Faminto – pessoas que morreram sem o apoio de amigos e familiares – é comemorado no início do outono. No Japão, o Festival das Lanternas ocorre em julho, quando são realizadas cerimônias para iluminar o caminho dos mortos.
No Ocidente
Não são apenas os santos efetivamente canonizados pela Igreja Católica – os primeiros em função da tradição, como os apóstolos, e os demais a partir de um longo processo de verificação de milagres – que podem interferir e auxiliar os vivos. A Igreja Católica mantém uma festa anual para reverenciar todas as almas que atingiram o Paraíso e a beatitude eterna; no dia seguinte, Dois de Novembro, são feitas preces pelas almas dos mortos cuja situação é incerta: ser estiverem no Purgatório, estas almas podem ser beneficiadas pelas orações.
As religiões protestantes históricas, e também as correntes evangélicas mais recentes (entre elas os neopentecostais) não aceitam a intervenção dos mortos na vida na Terra. É importante lembrar que a Reforma Protestante teve início com uma censura contra a venda de indulgências (perdões para os pecados) e relíquias (objetos e até pretensos ossos de santos, que teriam dons sobrenaturais). Até hoje, evangélicos alegam trechos bíblicos que recusam a intercessão dos mortos.
Não são apenas os santos efetivamente canonizados pela Igreja Católica – os primeiros em função da tradição, como os apóstolos, e os demais a partir de um longo processo de verificação de milagres – que podem interferir e auxiliar os vivos. A Igreja Católica mantém uma festa anual para reverenciar todas as almas que atingiram o Paraíso e a beatitude eterna; no dia seguinte, Dois de Novembro, são feitas preces pelas almas dos mortos cuja situação é incerta: ser estiverem no Purgatório, estas almas podem ser beneficiadas pelas orações.
As religiões protestantes históricas, e também as correntes evangélicas mais recentes (entre elas os neopentecostais) não aceitam a intervenção dos mortos na vida na Terra. É importante lembrar que a Reforma Protestante teve início com uma censura contra a venda de indulgências (perdões para os pecados) e relíquias (objetos e até pretensos ossos de santos, que teriam dons sobrenaturais). Até hoje, evangélicos alegam trechos bíblicos que recusam a intercessão dos mortos.
No Espiritismo, todas as atividades são presididas ou coadjuvadas pelos mortos – classificados como desencarnados pela religião. Não existem cerimônias específicas para venerá-los, mas, como o entendimento na religião é de que a vida continua sempre, os mortos são evocados para tratamento e principalmente para transmitirem orientações e advertências.