Conheça um pouco mais sobre o câncer de próstata, seus sintomas e o tratamento.
A próstata situa-se na parte mais baixa do abdômen, acima da bexiga e à frente do reto, a porção final do intestino. A pequena glândula, no formato de uma maçã, envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina é eliminada. A função do órgão é a produção de parte do sêmen, líquido que é liberado na ejaculação e conduz os espermatozoides.
No Brasil, depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de próstata é o que mais afeta os homens, especialmente depois dos 50 anos de idade (80% dos pacientes), e representa dez por cento do total de cânceres no país. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) projeta cerca de 60 mil novos casos ao ano.
Existe um número seis vezes maior de pacientes com câncer de próstata nos países desenvolvidos do que nos que se encontram em desenvolvimento. As razões são várias:
poluição ambiental, alimentação inadequada (especialmente quando é rica em gorduras animais), fumo, sobrepeso e sedentarismo. Sabe-se que homens com histórico familiar da doença antes dos 60 anos (especialmente pai e irmão) têm entre três e dez vezes mais probabilidades de sofrer com esta doença. A alta incidência, no entanto, pode estar relacionada também à melhoria na qualidade e universalização dos exames e pelo aumento da expectativa de vida.
Os sintomas e os exames
Em alguns casos, os tumores podem crescer rapidamente, atingindo em metástases outras partes do corpo, especialmente ossos e linfonodos, mas a maioria dos casos evolui lentamente, chegando a 15 anos o tempo para que se manifestem os primeiros sintomas, com tumores atingindo apenas 1,5 centímetro quadrado, não afetando, desta forma, a qualidade de vida.
Os sinais de que algo está errado são dificuldade e dor para urinar, sensação de que a bexiga não foi totalmente esvaziada, cor óssea, presença de sangue na urina e disfunção erétil – o homem consegue obter uma ereção, mas não consegue mantê-la para o ato sexual.
Estes sinais, no entanto, estão relacionados a diversas outras doenças e, no caso da próstata, a consulta ao médico deve ocorrer bem antes da chegada da terceira idade. A partir dos 40 anos, todos os homens devem submeter-se ao toque de próstata, um exame físico em que o médico verifica possíveis alterações na glândula, introduzindo o dedo no reto do paciente. Apesar de muito preconceito envolvendo a técnica, ela é rápida e não produz dor, apenas um pequeno desconforto.
A dosagem do PSA (sigla em inglês para antígeno prostático específico) no sangue também é adotada para verificar a qualidade do funcionamento da próstata, mas especialistas condenam a adoção isolada deste procedimento. O exame é indicado anualmente para homens com níveis acima PSA de 2,5 ng/ ml; os demais podem realizá-lo a cada dois anos.
Se não houver anomalias, o paciente deve repetir o toque a cada cinco anos. No entanto, se forem constatadas alterações, geralmente é feita uma biópsia para averiguar a presença do tumor e se ele é maligno. Em caso positivo, ouros exames laboratoriais, como raios X e imagens para ossos, são realizados para determinar seu tamanho e a presença de metástases.
O tratamento
O tratamento varia de acordo com a evolução do câncer de próstata, seu tamanho e desenvolvimento, e também com a idade do paciente. Pode incluir a prostatectomia radical (retirada total da glândula), quimioterapia, radioterapia, o uso de medicamentos ou a combinação de alguns destes métodos. Em casos de metástases, geralmente adota-se a terapia hormonal, para reduzir os níveis de testosterona no organismo. Em casos muito agressivos, o cirurgião pode optar inclusive pela remoção dos testículos, responsáveis pela maior parte da produção deste hormônio.
Pacientes idosos, em que se constata a lenta evolução do tumor, são submetidos a tratamentos menos invasivos, para assegurar maior qualidade de vida. A escolha do método de tratamento é individualizada e deve contemplar os mais diversos aspectos.