Vampiros, zumbis, lobisomens, múmias, alienígenas e toda uma casta de demônios povoam as salas de cinema. Não é muito racional, mas grande parte dos cinéfilos parece encontrar prazer em de assustar com estes monstros. Freud deve explicar.
O primeiro susto do cinema é bem antigo. Em 1895, em Paris, os irmãos Lumière, usando um cinematógrafo, fizeram a primeira sessão paga do cinema, exibindo cinco filmes curtos, de menos de um minuto de duração. No primeiro deles, a plateia ficou apavorada com a visão de um trem avançando em direção às cadeiras do porão do Grand Café.
Nosferatu é um dos primeiros monstros do cinema. “O Vampiro da Noite” foi filmado em 1922, por F. W. Murnau, na Alemanha. A criação da personagem só aconteceu porque os descendentes de Bram Stoker não autorizaram que o cineasta adaptasse o livro “Drácula” para o cinema.
O filme conta a história de um vampiro que se apaixona por uma jovem e leva o terror para a cidade. A ambientação esfumaçada das cenas influenciou muitos diretores de cinema, inclusive alguns que nunca fizeram um filme de horror.
Outras gerações Stoker tiveram mais sorte (e mais lucros): Drácula apareceu em mais de uma centena de filmes. Seu rival próximo é Frankenstein (de Mary Shelley), uma colagem de diversos cadáveres feita em laboratório, revivida por um relâmpago.
As duas obras caíram em domínio público. Em 1980, a extinta TV Tupi levou ao ar a novela “Drácula, uma História de Amor”, escrita por Rubens Ewald Filho. Novelas da rede Globo e da mexicana Televisa também abordaram o tema.
Alguns monstros são apenas animais extintos (dinossauros), imaginários (dragões) ou atuais, como “A Baleia Assassina” (que mostra uma orca, que não é uma baleia) e “Tubarão”, este último, dirigido por Steven Spielberg e estreado em 1975, conta a história de um imenso tubarão que apavora a cidade de Amity. Foram filmadas três sequências, sem a participação de Spielberg, mas o sucesso ficou com o original.
Mais recentemente, alguns monstros deram origem a séries quase infinitas de cinema: Freddy Krueger, Jason e Michael Myers. Na saga “A Hora do Pesadelo” (sete filmes) Freddy Krueger, um homem deformado invade o sono de um grupo de adolescentes com pesadelos que terminam em morte. O diretor do primeiro filme é Wes Craven, mestre dos filmes de terror.
Em “Sexta-Feira, 13” (dez filmes), Jason, sempre com máscara de esgrima, ataca e mata jovens e adolescentes nas mais diversas situações. Quando Jason era pequeno, sua mãe teve um surto psicótico e mata monitores e adolescentes num acampamento de férias. Uma das garotas consegue decapitá-la. Jason, tido como um dos mortos no massacre, sobrevive e quer vingar a morte da mãe com sangue, muito sangue.
Michael Myers é um homem problemático que, depois de matar a irmã mais velha numa noite de “Halloween” (dez filmes), é internado num sanatório por 15 anos. Sai de lá para matar, sempre no Dia das Bruxas. Jason caça, nos filmes, sua irmã, mas vai assassinando outras pessoas enquanto não a encontra. Ao todo, foram 24 vítimas fatais.