James Parkinson, médico inglês, descreveu esta doença que acomete o sistema nervoso central em 1817. Ele examinou seis pacientes, todos homens, que apresentavam tremor involuntário, arqueamento do tronco para a frente e alteração da marcha. Mas o mal de Parkinson só recebeu este nome em 1875, quando Jean Martin Charcot, considerado o pai da Neurologia, reconheceu o mérito do cientista britânico.
O ator Paulo José sofre do mal de Parkinson
As causas do mal de Parkinson ainda são desconhecidas. Estatísticas indicam que a doença afeta entre 150 e 200 pessoas a cada 100 mil. Pesquisas revelam que a doença é mais comum entre pessoas que vivem em zonas rurais, e o motivo pode ser a maior exposição a defensivos agrícolas, especialmente os organoclorados, muito usados entre as décadas de 1950 e 1970, que demoram mais de 30 anos para se decompor.
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Os sintomas mais comuns são tremor, rigidez muscular, acinesia (perda parcial dos movimentos), falta de equilíbrio, dificuldade de deglutição e alterações de postura. Incidentalmente, podem ocorrer perda de memória, ansiedade, depressão e insônia.
Em geral, o paciente não percebe os primeiros sinais da doença, que são identificados por amigos e familiares: letra menos legível, fala monótona, isolamento, dores musculares, comprometimento lateral (um dos lados do corpo se move mais lentamente que o outro).
A incidência de demência em portadores do mal de Parkinson é seis vezes maior do que na população em geral. Caracteriza-se pela incapacidade de tomar iniciativa, resolver problemas simples e prejuízo na coordenação visomotora. A identificação destes sinais e seu tratamento precoce são fundamentais para garantir melhor qualidade de vida para os pacientes.
Em praticamente todos os casos, os sintomas surgem após os 50 anos. Entre as pessoas acima de 65 anos, a doença está presente em 1% da população. Existem, no entanto, casos de mal de Parkinson em jovens (a literatura médica descreve um paciente que começou a apresentar os sintomas aos 19 anos).
Estas condições são determinadas pela morte dos neurônios produtores de dopamina, neurotransmissor responsável pelas sensações de prazer e motivação. O diagnóstico é feito com base em análises clínicas e testes musculares e de reflexos. Na maioria dos pacientes, não há alterações no eletroencefalograma, tomografia computadorizada nem na composição do líquido cefalorraquidiano.
O tratamento do mal de Parkinson é multidisciplinar: envolve neurologistas, psiquiatras, psicólogos e fisioterapeutas. É importante também garantir o apoio terapêutico aos cuidadores, que devem se revezar no atendimento ao paciente, para não se tornarem vítimas de estresse e outras doenças psicossomáticas.
Antidepressivos pioram os sintomas do mal de Parkinson. Por isto, a estimulação magnética transcraniana, que usa estímulos elétricos e magnéticos para restabelecer a funcionalidade do cérebro, vem sendo utilizada no tratamento, mas é um procedimento caro. Em pacientes que apresentam depressão grave, alterações frequentes de humor e ansiedade, há indicações de eletroconvulsoterapia, mas este é um dos tratamentos mais controversos da Psiquiatria.
O mal de Parkinson não é fatal, mas predispõe o paciente a diversas doenças. O enrijecimento muscular pode afetar os pulmões e mesmo o coração, além de favorecer infecções e problemas nas articulações. Há registros de pacientes que conviveram 25 anos com a doença.