O mal de Alzheimer foi descrito em 1906, pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer. É a principal causa de demência em pessoas com mais de 60 anos no Brasil. É uma doença degenerativa, que reduz substancialmente o número de neurônios e as conexões nervosas, mas o tratamento permite retardar o declínio cognitivo, controlar as alterações de comportamento, tratar os sintomas e proporcionar qualidade de vida ao idoso.
O mal de Alzheimer acomete 1% dos idosos na faixa dos 60 anos. A prevalência aumenta com a idade: 6% aos 70 anos, 30% aos 80 e mais de 60% aos 90. É duas vezes mais frequente que a demência vascular (causada pelo comprometimento de áreas do encéfalo, decorrente de um acidente vascular cerebral).
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Estima-se que haja 25 milhões de portadores do mal de Alzheimer, um milhão deles, no Brasil. Ainda não há pesquisas que demonstrem as causas, mas o número de doentes analfabetos é quase quatro vezes maior do que nas pessoas com oito anos de estudos ou mais.
A doença pode permanecer assintomática durante anos. O primeiro sintoma a surgir é a perda de memória, especialmente com relação a fatos recentes, quase sempre confundido com senilidade, estresse ou mesmo o processo normal de envelhecimento. Quando o médico percebe que o mal de Alzheimer está se instalando, é feita uma série de testes cognitivos e radiológicos. A doença avança com sinais de irritabilidade, agressividade, confusão mental, alterações de humor, falhas na linguagem e desconexão com a realidade.
A dificuldade de coordenação motora está presente em muitos casos. À medida que os neurônios morrem, o paciente fica com a aparência desleixada, por não conseguir vestir-se e pentear-se de maneira adequada. A redução do vocabulário empobrece a comunicação, o que pode aumentar a irritabilidade. Progressivamente, ocorre a perda das capacidades de ler e escrever. Neste estágio, o doente não consegue reconhecer alguns familiares próximos e a incontinência urinária pode se instalar.
Na última fase do mal de Alzheimer, o paciente perde totalmente a autonomia. Pode deixar de falar, compreender e até responder por sinais. Apesar de a agressividade continuar presente, o extremo cansaço leva à prostração. A perda de mobilidade e massa muscular obriga o paciente a permanecer deitado. Por fim, vem a morte, geralmente causada por uma doença oportunista, como a pneumonia.
Ainda não se conhecem formas de prevenção da doença. Pesquisas indicam que a atividade intelectual reduz as probabilidades, enquanto problemas vasculares e alguns medicamentos as aumentam. De qualquer forma, são necessários estudos mais amplos.
O tratamento é feito com inibidores de acetilcolinesterase. A deficiência de acetilcolina em certas áreas do cérebro é uma das principais causas do mal de Alzheimer, mas há outros fatores neuroquímicos relacionados. Tratamentos para reduzir os sintomas, antipsicóticos e antidepressivos melhoram as condições de saúde.