Baleias das espécies franca e jubarte migram anualmente das águas geladas da Antártica para a costa brasileira. Entre julho e novembro, elas podem ser avistadas em todo o litoral brasileiro, mas, desde que se organizaram as primeiras áreas de proteção ambiental costeiras e marinhas, o maior número de animais é visto em Santa Catarina (para as francas) e da Bahia (para as da espécie jubarte).
O objetivo da migração destes animais é acasalar e, no ano seguinte, dar à luz e amamentar os “filhotinhos”: um bebê jubarte nasce com quatro metros e uma tonelada de peso; suas primas francas são bem maiores: cinco metros e entre quatro e seis toneladas. É difícil encontrar casais namorando, mas mães nadando com os filhotes ao longo da costa são facilmente avistáveis. Elas chegam em julho e permanecem aqui até novembro. Nadadeiras, caudas e saltos fora d’água são um espetáculo imperdível.
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Os biólogos ainda não sabem os motivos da escolha dos locais para o parto, mas é provável que o grande movimento dos portos de Paranaguá (PR), Santos (SP), Rio de Janeiro e Tubarão (SC) mantenha as baleias afastadas.
Garopaba e Imbituba, em Santa Catarina, são as cidades que registram o maior número de avistagens das baleias francas. Na região de Abrolhos (sul da Bahia) e na praia do Forte e morro de São Paulo (norte do Estado), concentram-se as jubartes. Para observá-las, é preciso seguir algumas regras, definidas por leis de proteção ambiental e instruções normativas baixadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
Algumas áreas não podem ser exploradas por embarcações, especialmente as “salas de parto”, algumas enseadas preferidas pelas mães para dar à luz. No entanto, é possível observar a movimentação dos animais a partir da praia. Noutros locais, os motores devem ser desligados a 100 metros de distância e somente religados depois que os animais tiverem se afastado.
Os barcos nunca devem navegar diretamente em direção aos cetáceos, mas seguir paralelamente à sua rota. Os grupos de baleias não devem ser separados, especialmente as mães dos filhotes, para evitar estressá-los. O tempo de observação é limitado: não deve ultrapassar os 30 minutos.
Para a observação em terra, procure locais elevados e use binóculos. Embarcado, lembre-se de levar um agasalho, para proteger-se dos ventos. Parece óbvio, mas algumas pessoas tentam nadar com as baleias, que são animais muito mansos e tranquilos, mas seu porte pode causar sérios estragos, sem contar que são mães defendendo filhotes.