O principal problema que os fungos provocam nas unhas é estético. As infecções destes seres microscópicos, tão numerosos que os cientistas lhes reservaram um Reino biológico especial (eles não são animais, nem vegetais) não costumam provocar dor, a não ser quando eventualmente ocorre uma migração para outros órgãos e tecidos.
Os sintomas da onicomicose (infecção nas unhas por fungos) apresenta sintomas clássicos: inflamação e inchaço nos dedos, amarelamento das unhas (em casos não tratados, a cor tende a escurecer), espessamento ou desintegração.
Ao contrário de várias espécies de bactérias, os fungos não fazem parte da nossa microbiota – isto é, não exercem qualquer função útil para nossa existência. Vale lembrar que as bactérias alimentam-se de células mortas e, com isto, participam da renovação da nossa pele, contribuem para o bom funcionamento dos intestinos, etc.
Qualquer área do nosso corpo exposta direta ou indiretamente ao ambiente é colonizada por bactérias (sistema digestório incluído) e, sem elas, a vida humana seria impossível. Os fungos, ao contrário, são sempre oportunistas, valendo-se de alguns hábitos humanos comuns, como usar meias e sapatos.
Onde os “bravos” se encontram
Os fungos gostam especialmente de ambientes ácidos. Quando o pH (potencial hidrogeniônico) fica abaixo de sete, instala-se o ambiente ideal para estes seres. Estes seres não precisam de luz solar direta para sobreviver – aliás, eles gostam bastante de locais escuros e úmidos.
Quedas do sistema imunológico, diabetes e exposição contínua a um ambiente quente e úmido fazem da nossa pele um local bastante “agradável” para a implantação dos fungos, que, vale lembrar, são parentes próximos dos cogumelos que participam do nosso cardápio. Entretanto, o consumo de shitake e shimeji não contribui em nada para desenvolver fungos nas unhas.
Anatomia da unha
A unha é uma estrutura complexa, composta por cinco estruturas: matriz, lâmina ungueal ou corpo, leito ungueal, cutícula e dobras ou pregas ungueais. A matriz é a raiz da unha, onde as células se multiplicam e endurecem antes de serem incorporadas. Mais de 70% da matriz ungueal não são visíveis.
Para a leitura ficar mais simples, alguns conceitos são importantes: “ungueal” significa “relacionado à unha”; “proximal”, próximo ao centro da estrutura e “distal”, o que é mais periférico, nas regiões entre a unha e a pele.
A lâmina ungueal é a própria unha, como a conhecemos. Ela protege o leito ungueal, um tecido mole das extremidades que “ancora” as unhas nos dedos. Sem este conjunto, seria impossível andar ou manusear objetos da forma como os seres humanos se movimentam atualmente.
A cutícula é uma dobra de pele modificada. Apesar de ser “ponto de ataque” de manicures e pedicures, ela protege a matriz ungueal e é uma espécie de murada contra infecções. A retirada em excesso elimina esta proteção. As dobras (ou pregas) ungueais são as regiões de contato entre as unhas e a pele. São definidas como proximais e distais – neste caso, laterais.
Toc, toc: quem está aí?
Apesar de que os fungos nas unhas apresentarem diferenças de acordo com o agente infectante – mesmo no início, as infecções por fungos sempre surgem com características dessemelhantes – não é possível identificar o “vilão” apenas com o exame clínico.
De acordo com as características externas, o médico pode solicitar exames laboratoriais, para identificar fungos que eventualmente possam prejudicar a saúde integral. Voltamos a lembrar: a maior parte das micoses provocadas por fungos não provoca dor, mas pode contribuir para sérias infecções em outras partes do corpo.
Tratamentos caseiros para fungos na unha
As unhas devem ser inspecionadas todos os dias. O momento do banho é ideal para verificar o surgimento e desenvolvimento de pintas, marcas ou manchas. Vale lembrar que alguns traumas podem provocar manchas sob as unhas – aquela bela topada do dedão contra o pé da mesa provoca vermelhidões, mas isto não requer grandes soluções.
Mas os riscos aumentam se, sem nenhuma razão aparente, começam a surgir marcas horizontais sobre as unhas (pequenas ondulações, só sensíveis ao toque): é um sinal de que os fungos estão agindo. Neste momento inicial (e é preciso não ignorar este sinal), uma boa dica é mergulhar a unha que tocou o alarme em uma solução de partes iguais de maçã e vinagre.
É preciso paciência: mesmo nas fases iniciais, são necessários 30 minutos para “cortar o mal pela raiz”. O ácido acético (o próprio vinagre) quase sempre elimina os fungos nas unhas nesta fase inicial. Ao eliminar as pequenas ondulações, aplique um esfoliante de vinagre com uma colher de farinha de arroz grossa uma vez por semana.
Fungos e cheiro
Não existe nenhuma relação entre os fungos e o popular chulé: este deve todos os “méritos” às bactérias, que também não devem ser condenadas: elas estão em qualquer região do corpo eliminando células mortas – fazem um grande favor para a saúde da nossa pele.
A falta de higiene adequada, no entanto, favorece a proliferação das bactérias; então, surgem os maus odores que, entre outras coisas, atraem os fungos. Não se deve, no entanto, creditar toda infecção por fungos ao “efeito cascão”: eles gostam de ambientes quentes e úmidos, que podem estar presentes inclusive em um falso magro.
Nestes casos, as micoses por fungo nas unhas são ainda mais comuns. É possível eliminar os fungos com vinagre de vinho branco (com duas partes de água morna) em um escalda-pés de 15 minutos, duas vezes por dia. se a pele ao redor da unha apresentar vermelhidão, é necessário aumentar mais água à solução. Seja como for, o vinagre funciona.
Os enxaguantes bucais com ação antisséptica também matam os fungos. Eles são indicados para as mucosas da boca, mas funcionam muito bem nas mãos e nos pés. Outras opções são o óleo de linhaça ou alho, suco de limão puro, suco de laranja e óleo da árvore do chá.
Se nada disto der resultado em alguns dias (menos de uma semana), é preciso procurar um dermatologista. Fungos nas unhas não são apenas um problema estético: eles podem apontar para disfunções e problemas de saúde mais sérios.