Manter um bom relacionamento com os chefes nem sempre é uma tarefa fácil. Isto não significa que os superiores – e a própria empresa – sejam responsáveis pela dificuldade na obtenção de sucesso na carreira. As principais dificuldades residem no próprio empregado. A dificuldade de lidar não apenas com os chefes, mas também com os colegas de trabalho. Todos precisam entender que, em qualquer organização, sempre haverá pessoas difíceis.
Alguns tipos de chefes, no entanto, podem dificultar bastante a vida de seus subordinados, e não apenas por causa do temperamento. Em empresas mais tradicionais, a gestão é sempre vertical e rígida. É comum encontrar pessoas em cargos de chefia que abusam do medo, das cobranças exageradas, do reforço negativo. Veja como conviver com diferentes tipos.
O autoritário
É o mandachuva. Ele gosta de mandar e ser obedecido prontamente, sem contraditas, mesmo que a tarefa solicitada não tenha outra função além de reforçar o seu poder na empresa. No curto prazo, os membros da equipe se acostumam com o terror e deixam de expor novas ideias.
Este, no entanto, é um grande erro, que pode comprometer a ascensão profissional. Os empregados devem procurar argumentar racionalmente que a solicitação do chefe – por exemplo, um relatório que irá para a gaveta sem ao menos ser lido – é totalmente desprovida de sentido.
O monopolizador
Ele precisa ter controle total sobre os prazos, as informações, os problemas. Sua conduta é semelhante à do chefe autoritário, mas o superior monopolizador quer apenas saber tudo que está acontecendo no escritório. Na verdade, ele é uma pessoa bastante insegura: o seu principal medo é ter que justificar atrasos ou perdas de prazos para os donos da empresa, mesmo que isto quase nunca acontece na rotina do escritório.
A capacidade de delegar é uma das características mais difíceis de ser encontradas. Os empregados podem oferecer ajuda, quando notarem que ele está sobrecarregado. A conquista da confiança de um monopolizador é uma tarefa que demanda um tempo considerável e, claro, depende do sucesso do auxílio prestado. O monopolizador também pode ter vocação para “Tropa de Elite”: é viciado em trabalho e exige uma conduta fora do normal de assistentes, secretárias e auxiliares. neste caso, a solução é “aguentar o tranco” ou “pedir para sair”.
O amigão
Ele acredita ter muito mais intimidade com os subordinados do que realmente tem. Este chefe toma cafezinho com os empregados, comenta sobre política e futebol, quer contribuir para um ambiente em que todos se desenvolvam. Ele é amigo demais, próximo demais, e não consegue identificar o desconforto causado, especialmente entre os mais tímidos e introvertidos.
Evite que assuntos pessoais, estranhos às rotinas, ocupem parte do expediente. O amigão pode simplesmente expor situações constrangedoras em voz alta, no meio do escritório; isto acontece quando, além de amigo, ele também é um “sem noção”. Os empregados devem deixar claros os limites entre atuação profissional e a happy hour. Caso os diálogos importunos continuem, a solução é responder algo como: “Podemos conversar na hora do almoço? Ainda estou terminando o relatório que você pediu”. Fim de papo.
Instável, sujeito a chuvas e trovoadas
É um chefe que oscila entre o comportamento autoritário e a proximidade (ou mesmo intimidade). Quase sempre, trata-se de uma pessoa egoísta, que define a forma de conduta de acordo com as suas próprias necessidades. Trata-se de mais um profissional que coloca as suas prioridades pessoais acima das demandas da empresa.
Não há muito que fazer com um superior instável, além de atualizar o currículo e procurar novas oportunidades. Enquanto elas não aparecem, o conselho de especialistas em recursos humanos é “dançar conforme a música”: observar o humor logo pela manhã e fazer o jogo do chefe.
Vamos fazer uma reuniãozinha rápida?
Alguns chefes não conseguem manter a concentração e o foco nas atividades em andamento. Marcam reuniões a todo instante e interrompem a atenção e o trabalho da equipe. Alguns reúnem todos os subordinados para uma reunião (que pode durar horas); enquanto alguns empregados esperam para que os assuntos afetos a suas atividades sejam abordados, outros dão a sua participação e permanecem esperando que o encontro seja encerrado tão rápido quando possível (mas nunca é).
Estes chefes, em alguns casos, acreditam passar uma imagem profissional aos demais colaboradores da empresa, mas a sua fama se espalha rapidamente: eles são os chefes-reunião. Uma solução é entrar na sala de reunião com uma pauta específica e começar a anotar todas as providências. O chefe pode até se assustar, mas a estratégia funciona.
A “estrela”
Normalmente, este tipo de chefe exibe um currículo invejável, tanto na formação acadêmica, quanto na trajetória profissional. No entanto, ele gosta de demonstrar suas competências a qualquer hora do dia – especialmente para fazer comparações depreciativas sobre as dificuldades enfrentadas pela equipe para desenvolver as atividades.
Discussões com a “estrela” também precisam ser evitadas. Este tipo de chefe gosta de estar sob os holofotes, ser o centro das atenções. Uma forma mais adequada de questionar as decisões e usar as próprias armas no chefe: informar que os objetivos traçados para o trabalho podem prejudicar sua imagem na empresa, ou mesmo em artigos da imprensa.
Indicado por QI
Aqui, QI não significa “quociente de inteligência”, mas “quem indica”. Um cliente importante, um fornecedor de confiança e até autoridades públicas visitam os empresários para pedir uma oportunidade (pode ser para o filho, sobrinho, etc.). De acordo com a importância do solicitante e as políticas da empresa, o jovem pode até cair de paraquedas em um cargo executivo.
Ele não sabe muito bem quais são as suas funções, os objetivos e a filosofia da empresa. Isto não seria exatamente um problema, mas ele não sabe, nem quer saber, porque sabe que tem o emprego garantido. Em geral, um assistente acaba se responsabilizando pelas atividades do setor. A atuação deste “executivo” é semelhante à de um objeto de decoração ou um vaso de plantas nas tarefas: nenhuma. Mas ele pode ter bons contatos. Portanto, fique perto do novo executivo.
Ladrões de projetos
Alguns chefes não mostram o menor pudor em apropriar-se de ideias e projetos propostos pela sua equipe. Outra característica comum a eles é não seguir os ritos da empresa, quando isto não lhe traz uma vantagem no curto prazo. De acordo com pesquisa realizada nos EUA, quase 4% das pessoas que ocupam cargos de chefia apresentam traços de distúrbios mentais.
A agressividade e o ritmo alucinante impresso às atividades, por outro lado, geram resultados rápidos, ainda que provoque muito estresse entre os empregados. Este fator seduz muitos empresários. O importante é não espalhar as características entre os colegas, mas manter o relacionamento em nível estritamente profissional. Em alguns casos, é possível comentar, em uma reunião, que também gostou muito da ideia apresentada pelo colega Fulano.
“Está tudo bem”
Algumas pessoas chegam a cargos de chefia sem características de carisma e liderança. Estes chefes apenas mantêm a rotina, sem procurar inovações eficientes para as atividades. Parece que eles só sabem dizer: “está tudo bem”. O problema é que não está: a capacidade de chefiar a equipe passa também por saber mandar, em lugar de fugir às responsabilidades.
Estes chefes são os mais desmotivadores. Os subordinados precisam ser orientados, corrigidos, advertidos. Em outras palavras, a equipe deve ser incentivada a superar desafios e ampliar as metas. Quando tiver problemas com chefes deste tipo, peça uma reunião e verifique se haverá soluções. Do contrário, é melhor procurar outra posição.
O arrogante
Normalmente, ele já está contratado há bastante tempo, acumulou experiência ao longo dos anos e pode inclusive ser um profissional dedicado. Os problemas começam a surgir quando tipo de chefe passa a entender que ele é o dono da verdade, sabe de tudo e, com isto, passa a tecer críticas e advertências inadequadas a qualquer momento. Em alguns casos, é uma forma inconsciente encontrada para defesa de sua posição.
Este tipo de chefe também não deve ser enfrentado. Discussões mais ásperas servem apenas para prejudicar o relacionamento e o “clima” no ambiente de trabalho. Os questionamentos devem ser feitos de forma educada e, em um ponto ou outro das reuniões, o empregado pode fornecer indícios de que a conduta do superior está sendo prejudicial ao bom desenvolvimento das rotinas.