Lendas e mitos urbanos são tão antigos quanto as cidades. Geralmente, surgem espontaneamente e são transmitidos oralmente, pela imprensa e, mais recentemente, por e-mails e redes sociais. A tecnologia avança, mas as superstições continuam fortes.
Os mitos urbanos constituem o folclore moderno, mas despidos da necessidade de explicar um fenômeno natural, como é o caso das lendas originais. São histórias mais bem elaboradas, equivalentes aos contos de fantasmas.
Existem muitas histórias antigas, como a do homem do saco, uma versão urbana do boi da cara preta. Mães assustam os filhos pequenos com o relato sobre um mendigo que anda pelas ruas com um saco às costas. Ele encontra crianças e leva-as embora. Até entrar na adolescência, as crianças têm pesadelos com o sem-teto sequestrador.
A mulher da estrada surgiu nos anos 1950, quando houve um boom de rodovias no país. Uma mulher fica à beira da estrada pedindo carona. O primeiro motorista que passa leva-a até perto de um cemitério, onde a mulher seduz o incauto. Próximo a um jazigo, a mulher desaparece subitamente e o homem, atordoado, reconhece-a na foto de uma lápide.
Outras são mais recentes, como da loira do banheiro, uma jovem de pele muito branca que teria se suicidado ou, noutras versões, sido assassinada. Ela é sempre avistada em banheiros públicos e não esboça qualquer reação, mas o aspecto cadavérico assusta os desavisados. O mito foi importado dos EUA.
Outra lenda bastante comum fala de homens que seriam seduzidos em bares e casas noturnas e levados para um hotel, onde seriam drogados. Os incautos acordam no dia seguinte numa banheira cheia de gelo, com um corte lateral profundo: um de seus rins foi roubado.
Uma lenda urbana que se preze precisa cumprir algumas regras: deve ser apresentada numa história breve, mas com enredo bem tecido; relatos paralelos precisam das provas e testemunhos à história; por fim, quem ouve uma lenda a repassa como se tivesse sido o sujeito da situação, ou conhecesse pessoalmente a vítima.
Uma lenda urbana que se confere áreas de ciência persiste em vários locais. É a crença que o ser humano utiliza apenas 10% do cérebro, portanto, quase todo o órgão permanece inativo. O mito já dura mais de 30 anos e é “comprovado” por eletroencefalogramas e ressonâncias magnéticas. No entanto, apesar de ainda não estar completamente mapeado, o cérebro funciona integralmente, controlando todas as atividades do corpo.