Las Vegas fica no Condado de Clark, um deserto no meio-oeste americano. A região foi explorada no século XIX pelos espanhóis (ainda não havia sido integrada aos EUA), que descobriram grandes depósitos subterrâneos de água, muito úteis para a produção agropecuária. O líquido serviu para a irrigação de vastas regiões áridas, que se transformaram em prados (Vegas, em espanhol).
Com a exaustão do aquífero, a área voltou a ficar desabitada. Apenas em 1905, começou a se organizar um vilarejo no vale, que se tornou município em 1911. Las Vegas fica a 400 km de Los Angeles e, para fazer a viagem de carro, é preciso tomar alguns cuidados. É um longo trajeto desértico; o veículo deve estar em boas condições e o tanque de combustível, cheio: pode-se trafegar por mais de 100 km sem encontrar um posto de gasolina.
A viagem é totalmente contraindicada no verão, especialmente em julho: as temperaturas superam os 40°C facilmente. Outra indicação importante é respeitar as leis de trânsito. A I-15, estrada que liga as duas cidades, é totalmente controlada por radares e as multas são pesadas. No entanto, mesmo com preços baixos, a viagem de avião pode levar ainda mais tempo, considerando-se os deslocamentos para aeroportos e o tempo de voo. É preciso sair de Los Angeles antes das 6h ou depois das 9h, porque o trânsito da cidade é infernal nas primeiras horas da manhã.
Las Vegas é uma cidade plana e monótona. Se não fossem os cassinos e shows, ninguém se interessaria por ela. Todo o agito se concentra no Boulevard Las Vegas, chamado pelos locais de “Strip”. É lá que estão os hotéis, teatros e prostíbulos: é impossível caminhar pela “Strip” sem ser abordado por distribuidores de filipetas com fotos de mulheres em poses sensuais. Retirando-se as quadras da “Strip” – uma quadra acima e uma abaixo – Las Vegas se torna uma cidade típica dos “Square States”, os Estados quadrados conservadores do centro americano.
Quem chega de avião – partindo do Brasil, é preciso fazer escala em Nova York, Miami ou Los Angeles, na maioria dos voos – já pode sentir o clima de Las Vegas no Aeroporto Internacional McCarran: muitas máquinas caça-níqueis estão instaladas no terminal. Os jogos de azar foram legalizados na cidade em 1931.
Os cassinos
A “Strip”, nos seus 7 km de extensão, reúne os cassinos mais famosos do mundo. As grandes redes hoteleiras instalaram cassinos nos seus edifícios, já que os deslocamentos na cidade são muito difíceis, em função das altas temperaturas. Luxor, Excalibur, Tropicana, New York New York, MGM Grand, Monte Carlo, Paris, Bally’s, Bellagio, Caesars Palace, Flamingo, Mirage, Wynn e Stratosphere, o último da lista das grandes atrações turísticas do Boulevard Las Vegas, que, para muitos, são verdadeiras aberrações arquitetônicas.
Os turistas podem se deparar com uma cópia da Esfinge de Gizé, da Torre Eiffel, a Estátua da Liberdade, balões, imitadores de Elvis Presley ou de Marilynn Monroe, tudo isto em meio a dezenas de back lights que dão outro apelido à cidade: a cidade mais iluminada do mundo.
Jogo e prostituição sempre marcaram a vida da cidade, que conheceu um período de decadência nos anos 1930, com a conclusão do trecho ferroviário que passa pela cidade. No entanto, a partir do final da Segunda Guerra Mundial, os turistas redescobriram Las Vegas, que se mantém até hoje como um dos principais destinos turísticos dos EUA. Dados, roletas e caça-níqueis são a marca registrada da cidade e o turista tem a possibilidade de deixar a cidade bem mais rico do que quando entrou.
Os hotéis
Os hotéis são uma atração à parte em Las Vegas. Existem opções para todos os bolsos e, entre outubro e abril, as diárias raramente ultrapassam os cem dólares. Alguns empreendimentos são verdadeiros SPAs urbanos, com piscinas, cascatas, sauna, massagem, restaurantes comandados por chefes de cozinha internacionais e casas de espetáculos, a maioria delas levando shows de artistas decadentes, mas muito famosos por hits que bombaram nas últimas décadas.
Outra atração de Las Vegas são as capelas matrimoniais. Pelas leis municipais, não há necessidade de proclamas ou carências para a realização de casamentos. A principal delas é a Litttle White Wedding Chapel, em que a cerimônia pode ser realizada por um juiz de paz travestido de Elvis.
Casamentos desastrados – alguns duraram apenas algumas horas – também fazem a fama da cidade. Isto gerou um ditado para o local: o que acontece em Las Vegas fica em Las Vegas.