Jerusalém foi fundada no século IV a.C., o que a torna uma das cidades mais antigas do mundo. Há evidências de assentamentos permanentes desde o ano 3000 a.C. De acordo com textos bíblicos, a cidade foi fundada por Sem (filho do patriarca Noé), ocupada pelos jebuseus e tomada pelo rei Davi, de Israel, por volta do ano 1000 a.C.
Os judeus consideram Jerusalém sagrada por ser a “capital única e indivisível de Israel”. A comunidade internacional, no entanto, não reconhece este status. Os cristãos veneram a cidade por ter sido o palco do martírio de Jesus; por fim, é a terceira cidade sagrada para os muçulmanos, depois de Meca e Medina. Os palestinos lutam por fazer da parte oriental da cidade a capital do seu Estado.
A tradição afirma que Davi reinou até 970 a.C. e foi sucedido por seu filho, Salomão, que teria construído o Templo de Jerusalém, mas não há evidências arqueológicas de construções monumentais no período. De qualquer forma, Jerusalém manteve-se capital dos judeus até 587 a.C., quando foi tomada pelos babilônios; o templo foi destruído e os habitantes, levados cativos para a Mesopotâmia.
Em 538 a.C., o imperador persa Ciro tomou Babilônia e estimulou os judeus a retornarem para sua terra de origem. Jerusalém voltou a ser capital e centro do culto judaico, mas manteve-se tributária da Pérsia. Posteriormente, Alexandre da Macedônia conquistou a região, que conheceu uma forte influência helênica.
No século II a.C., Israel viveu um curto período de independência, mas no ano 6 da Era Cristã, os romanos dominaram o país. No ano 70, uma rebelião culminou com a destruição do templo e o banimento dos judeus, episódio conhecido como diáspora. Povos árabes passaram a habitar a região, que foi dominada por turcos e ingleses. Israel só voltou a ser um Estado independente em 1948.
O centro velho de Jerusalém abriga relíquias para as três religiões monoteístas: o Muro das Lamentações, parede que restou do templo, é o local das preces dos judeus. A Esplanada das Mesquitas, especialmente o Domo da Rocha, é procurada pelos muçulmanos para suas orações. A Via Sacra, que culmina no Santo Sepulcro, é ponto de peregrinação dos cristãos, que, a partir do século X, construíram igrejas no local. O Horto das Oliveiras – local da prisão de Jesus – também é bastante visitado, especialmente nos períodos que antecedem a Páscoa e o Natal.
A cidade velha, que mantém os muros milenares, é dividida em quatro bairros: armênio, cristão, judeu e muçulmano. No entanto, estes nomes só surgiram no século XIX.